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“You who wish to conquer pain,
you must learn what makes me kind;
the crumbs of love that you offer me,
they're the crumbs I've left behind.
Your pain is no credential here,
it's just the shadow, shadow of my wound.”
(Avalanche , Leonard Cohen)
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“Oh where, oh where can my baby be?
The Lord took her away from me
She's gone to heaven, so I've got to be good
So I can see my baby when I leave this world”
(Last Kiss, Pearl Jam)
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“Theres a look on your face I would like to knock out
See the sin in your grin and the shape of your mouth
All I want is to see you in terrible pain
Though we won't ever meet I remember your name”
(Fuck U, Placebo)
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“Child cries out for his mother
Mother's screaming in the fire
Satan points at me again
Opens the door to push me in
Oh No!”
(Black Sabbath, Black Sabbath)
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“Oh, Saint Peter, I can make amends
Won't you let me in
I never did no wrong, I never did no wrong
Oh, oh Gabriel, let me blow your horn
Let me blow your horn
I never did no wrong, did no wrong
I only can be young once
I never thought I'd do anybody no wrong
No not once”
(Led Zeppelin; In My Time Of Dying)
Não sendo necessário ser mais extenso nos exemplos, acreditamos que é possível perceber a disparidade de formas e matéria a abordar quando a questão é o sofrimento. Contudo, é igualmente percetível a tentativa que existe de transmitir os sentimentos de forma crua e profunda, persistindo a necessidade de partilhar ou abrigar algo que é por si só pessoal e, de muitas formas, irracional e intransmissível. Em tudo isto existe um outro lado centrado na leitura e interpretação do receptor, que passa, não raras vezes, pela apropriação como se as músicas/letras fossem uma descrição das suas próprias vivências, emoções e sentimentos. Assim, cremos que, como fonte ou inspiração, tanto da escrita como da composição, o sofrimento é uma temática rica, indiscutível e incontornável dentro da música o que nos permite concluir que a resposta à pergunta que levantamos anteriormente (dentro do contexto musical o sofrimento é abordado) é positiva.
Contudo, quando pretendemos abordar a segunda interrogação que abrimos anteriormente, se a morte perinatal surge como tema e/ou inspiração nas composições musicais, encontramos as limitações e dificuldades que pudemos antever. A busca que realizamos não nos permitiu obter resultados, por outras palavras, não encontramos nenhuma composição ou letra que remetesse para esta questão em particular. Mais, não nos foi possível objetivar na justificação de qualquer autor para as suas composições a presença desta temática, mesmo que de forma mais velada. Isto não significa