Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 316 - completa (Jan/Fev) – 2020 | Page 89

Fomento ao empreendedorismo A segunda palestra teve como te- mática as mudanças comportamentais e subdividiu-se em diversos casos. Na parte da manhã, o foco foi no trabalho desenvolvido pelo Comitê de Governan- ça Empreendedora de Novo Hamburgo (Avança). A professora do Instituto Fe- deral de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (Ifsul), Daniele Gonçal- ves de Souza, foi mediadora. O presiden- te do Comitê, André da Rocha, explicou que o grupo foi criado em agosto de 2017 com o objetivo de auxiliar no desenvolvi- mento do empreendedorismo na cidade. Destacando que o Avança está dividido em três eixos: Educação empreendedo- ra, Simplificação e desburocratização e Ecossistema e inovação, ele citou a frase de Madeleine Albright: “Enfrentamos o desafio de entender e governar as tecno- logias do Século 21 com a mentalidade do Século 20 e instituições do Século 19”, para dar conta, segundo ele, da mistura de momentos históricos que se vive atu- almente. Educação empreendedora Com objetivo de incentivar o empre- endedorismo desde a infância até a fase adulta, o eixo educação do Avança Novo Hamburgo desenvolveu um projeto pilo- to de educação empreendedora na rede municipal de ensino. O trabalho foi expli- cado pela advogada e vice-presidente do Comitê de Jovens Empreendedores da ACI, Roberta Greenfield. Em 2019, parti- ciparam os alunos do 8º ano das escolas Martha Wartenberg, de Canudos, e Getú- lio Vargas, do bairro Rincão. A proposta foi realizada em conjunto à Secretaria de Educação do município. “A ideia é que o aluno seja o protagonista do seu pró- prio aprendizado e que ele possa propor soluções por meio de trabalhos de ini- ciação científica.” Para isso, explicou, foi oferecida formação aos professores, com objetivo de ressignificar o conceito que esses profissionais tinham sobre empre- endedorismo. Simplificação e desburocratização Angela Passos, uma das coordenado- ras do Avança, apontou que o objetivo do grupo é promover conexões entre todos os atores envolvidos, a simplificação e a desburocratização para possibilitar o empreendedorismo e o desenvolvimento de Novo Hamburgo. “Nós sabemos que já existem muitas entidades fazendo um trabalho grande e de importantes resultados na cidade. O Avança conseguiu reunir membros das principais entidades que fazem o empreendedorismo acontecer em Novo Hamburgo, incluindo o poder público”, comentou. Integrante do eixo Ecossistema de Inovação, do Comitê de Governança Em- preendedora do Avança Novo Hambur- go, do qual é coordenador, o empresário Robinson Oscar Klein explicou que um dos principais objetivos é trabalhar em um sistema de inovação aberto, com o uso de entradas e saídas intencionais de conhecimento para acelerar a inovação interna e expandir os mercados pelo uso externo da inovação. “Uma vez que a inovação aberta é adotada, as fronteiras da organização se tornam maleáveis e isso permite combi- nar recursos da empresa com diferentes entes e cooperadores externos”, exempli- ficou. A diferença entre inovação aberta e inovação fechada é que, no caso da inovação fechada, as ideias, invenções, pesquisas e os desenvolvimentos ne- cessários para colocar um produto no mercado são gerados dentro da própria organização. “No entanto, quando aplicamos o sistema de inovação aberta, a empresa pode usar recursos externos, como a tec- nologia, e ao mesmo tempo disponibili- zar suas próprias inovações para outras organizações”, informou. O grupo também trabalha em ações para identificar desafios, oportunidades e diferenciais competitivos da região para o desenvolvimento de diferentes competências. Prefeitura e Sebrae estimulam o desenvolvimento As parcerias estratégicas para o cres- cimento foram apresentadas pela secre- tária de Desenvolvimento Econômico do município, Paraskevi Bessa-Rodrigues, no painel de abertura da tarde. O espaço foi compartilhado com o Lucas Meinhar- dt, representante do Sebrae Sinos, Caí e Paranhana, que falou sobre as ações da entidade com a prefeitura, voltadas aos empreendedores locais. A atividade, jun- to a outros dois painéis institucionais, foi mediada pelo diretor-executivo da Fun- dação Liberato, Ramon Hans. Inicialmente a gestora explicou o funcionamento da pasta. “Todos os esfor- ços são percebidos e realizados de forma transversal e integrada e impactam dire- tamente no desenvolvimento econômi- co”, assegurou. Um vídeo institucional apresentou as ações realizadas por meio do Programa de Desenvolvimento Municipal Integra- do (PDMI), projeto da prefeitura com fi- nanciamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Dividido em três eixos: Revitalização Urbana, Preven- ção à Violência e Desenvolvimento Eco- nômico. “Todo esse esforço, de recuperar recursos perdidos e finalizar as obras em um prazo exíguo, ratifica nossa estratégia de diversificação da matriz econômica respeitado o DNA da indústria coureiro- calçadista, mas pensando na capacidade de investir em novas cadeias produtivas de valor”, pontuou. Ela salientou que os recursos aloca- dos pelo BID, com a aquisição de equi- pamentos da área audiovisual, já permi- tiram novas parcerias, uma delas com a Google, e também o recebimento de R$ 5,7 milhões de edital da Agência Nacio- nal do Cinema (Ancine) para o setor. “Pre- tendemos capacitar professores para im- pactar pelo menos 40% do nosso corpo estudantil, criando novas competências e canalizando essa expertise para os se- tores produtivos, pensando no futuro da nossa cidade”, informou. A desburocratização foi apresentada janeiro | fevereiro • 89