Revista Tecnicouro - Edição 313: comepleta Ed. 316 - completa (Jan/Fev) – 2020 | Page 88

O objetivo é viabilizar iniciativas que levem o município a ser referência em inovação, tecnologia e sustentabilidade NOVO HAMBURGO REDISCUTE SEUS MODELOS de negócios N os dias 12 e 13 de novem- bro, aconteceu na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo/RS o 2º Seminário de Desenvolvimento Econômico, com o objetivo de retomar e aprofundar o debate sobre novas alternativas de crescimento para a cidade. A primeira palestra ficou a cargo de Igor Drews, consultor e parceiro de negócios da StartSe, empresa que fomenta um ecossistema de startups brasileiras. Ele destacou que a nova economia traz impactos tanto para negócios já estabelecidos quanto para novas iniciativas e esse momen- to atual é propício para pessoas com pensamento disruptivo, que enten- dem as necessidades de mercado, aproveitam oportunidades e optam pela inovação. O palestrante des- creveu a nova economia como um processo fundamentado em aspec- tos como convergência tecnológica, ferramentas baratas e acessíveis, conexão sem intermediadores, abun- dância de capital de risco, alteração de perfil das empresas, predisposi- ção à mudança e o uso do processo científico no desenvolvimento do empreender. Igor explicou que a facilitação do acesso à informação cria pos- sibilidades e estabelece um novo 88 • janeiro | fevereiro modelo de concorrência. “O mundo mudou e vai mudar cada vez mais. O volume de conhecimento hoje é abundante. Mercados, empresas, produtos e empregos deixarão de existir ou mudarão drasticamente. Temos que estar preparados para isso. Eventos como este são ricos para trocarmos ideias e vermos como nos manteremos atualizados”, pontuou. O palestrante afirmou que empreendedores devem permanecer sempre adaptáveis, lembrando que o conjunto de tecnologias é capaz de modificar todo um setor. “A nova economia é um novo jeito de pensar, trabalhar, aprender e se relacionar. Existe uma substituição do trabalho tradicional dos humanos. É muita tecnologia surgindo. A inteligência artificial já faz parte do nosso dia a dia, e ela está evoluindo”, sinalizou. Usando o exemplo de carros autônomos, Igor detalhou como as máquinas já conseguem fazer predi- ções, por meio da coleta de dados, e enalteceu o avanço exponencial desse conhecimento a partir do compartilhamento simultâneo de informações. “Tem quem olhe como ameaça, tem quem olhe como opor- tunidade. O ser humano foi criado de forma linear. Gostamos da zona de conforto. A disrupção traz estresse e oportunidade ao mesmo tempo, dependendo de como vemos”, frisou o consultor, que salientou ainda que sempre haverá dinheiro para ser investido em bons projetos e pessoas com atitude. Ao término de sua fala, enfatizou a necessidade do crescimento em cooperação. “Ninguém vai inovar sozinho. Temos que correalizar as coisas. Temos que trabalhar como um grande laboratório aberto de inovação. É toda uma região servin- do de laboratório, e precisamos estar conectados a esse tipo de iniciativa. Não acho que desenvolveremos rapidamente sem colaboração”, acrescentou. Questionado sobre a situação do segmento coureiro-calçadista dentro da nova economia, alertou que não existem soluções únicas. “Não exis- tem trilhas ou modelos a serem co- piados. Existe adaptação. A mudança é muito rápida. Temos que somar áreas totalmente inesperadas para fazer a disrupção no nosso negócio”, continuou. O consultor encerrou sua participação defendendo que o empreendedorismo se consolida como uma construção conjunta com o cliente. “É o mercado que dirá se tu desenvolverás tua ideia ou não”, apontou.