Revista Tecnicouro Ed. 327 Novembro - Dezembro 2021 | Page 56

de ociosa , poderão diversificar a produção . Os calçados em sintético são mais difíceis de exportar , pois há muita oferta com preços inferiores aos praticados pelas empresas do Brasil . Outro nicho com limitação são os calçados esportivos , por terem uma demanda muito técnica e específica . Mas , com o avanço da vacinação , a diminuição dos casos de internações e mortes pela covid-19 e o relaxamento gradual das restrições para a realização de eventos , as pessoas começarão a sair mais e comprarão novos calçados , principalmente sociais . A vantagem é que o calçado brasileiro de couro é muito reconhecido no mercado externo .
O aumento nas viagens internacionais é um caso à parte . Se por um lado favorecem a compra de calçados , por outro , as empresas que estão utilizando aviões para entregarem seus produtos mais rapidamente , encontrarão cada vez menos espaços de carga em aviões comerciais , que voltam a ficar cheios com as bagagens dos passageiros .
Investimentos em processos e tecnologias como a implantação de sistemas de costura programada , por exemplo , urgem para que as empresas sejam mais ágeis e competitivas . Outro gargalo é a mão de obra , que está perdendo o interesse por ficar longas jornadas dentro de um ambiente de fábrica realizando funções repetitivas . Principalmente aquelas pessoas que foram desempregadas e começaram a trabalhar em outras atividades .
Tão importante quanto tudo isso são a necessidade de certificações reconhecidas internacionalmente , o que exige grandes investimentos em testes por laboratórios homologados . Neste sentido , Fernando desafiou o setor a se mobilizar para reivindicar junto ao Governo a criação de programas de apoio às empresas exportadoras . “ A falta de certificação tira empresas brasileiras do mercado externo . E o que precisamos é ter uma indústria cada vez mais competitiva ”, concluiu .

Rodadas de negócios sustentáveis unem calçadistas e fornecedores

dia 19 de outubro marcou

O mais um passo importante rumo a uma cadeia calçadista sustentável . Isto porque a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados ( Abicalçados ) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro , Calçados e Artefatos ( Assintecal ) se uniram para realizar as Rodadas de Negócios da Sustentabilidade , que reuniram mais de 50 calçadistas e fornecedores de insumos sustentáveis . O evento abriu os trabalhos no segundo dia da Semana do Calçado .

A superintendente da Assintecal , Silvana Dilly , destaca que o encontro proporcionou mais de 260 rodadas entre 31 empresas de componentes e 20 fabricantes de calçados . “ A sustentabilidade , não somente no produto , mas em todo o processo produtivo , é uma pauta internacional . No evento , ficou evidenciado o interesse de algumas das maiores fábricas de calçados nos materiais que foram apresentados ”, comentou , ressaltando que é missão da Assintecal promover as empresas do setor e nada mais adequado de casar suas ofertas com a demanda crescente das calçadistas brasileiras e internacionais . “ No evento , tivemos inclusive fabricantes internacionais , que se mostraram positivamente surpresas com as alternativas apresentadas ”, acrescentou . Os negócios realizados e alinhavados serão divulgados em breve pela entidade .
Já o gestor de Projetos da Abicalçados , Cristian Schlindwein , ressaltou o crescente interesse do consumidor em marcas que não só produzem calçados sustentáveis , mas que tenham todo o processo produtivo de acordo com os preceitos da sustentabilidade . “ No mercado internacional , essa realidade chegou ainda antes . Na Abicalçados , todas as semanas recebemos contatos de compradores internacionais buscando fabricantes sustentáveis ”, disse . Segundo ele , “ as rodadas apontam justamente para esse movimento de mercado ”.
Produtos agradaram calçadistas
O gestor Administrativo da calçadista vegana Urban Flowers , Felipe Weiler , avalia as rodadas como positivas , por trazerem o tema urgente da sustentabilidade
56 • novembro | dezembro