Revista Tecnicouro - Ed. 314: completa Ed. 314 - completa | Page 56

O novo executivo assume a cadeira de Heitor Klein, que há mais de 27 anos presta serviços e agora passa a ser consultor HAROLDO FERREIRA ASSUME A PRESIDÊNCIA EXECUTIVA da Abicalçados F ormado em Administração de Empresas, com pós-graduação em Administração da Produ- ção e MBAs em Liderança e Gestão da Saúde, Haroldo Ferreira assumiu o posto de presidente-executivo da Abicalçados no final do ano passado. O novo dirigente atuou por mais de 20 anos na Azaleia - de 1986 até 2008. Porém, a sua trajetória começou antes desse período, mais precisamente em 1983, quando trabalhou na área admi- nistrativa e fiscal da Musa Calçados, grande exportadora da época. Mas foi ao assumir a presidência executiva do Sindicato das Indústrias de Calçados da Bahia, em 2005, que Haroldo iniciou a sua vida de dirigente do setor. Lá, tinha a missão de traba- lhar pelo desenvolvimento de um se- tor que crescia de forma exponencial, com novos projetos, gerando emprego e renda para o Estado. Sua atuação à frente do sindicato baiano chamou a atenção da Abical- çados. “Entrei para o Conselho Sindi- cal da entidade em 2013, mas já tra- balhava como interlocutor do setor para a criação de um anexo específico de calçados na NR 12 (norma de segu- rança para máquinas) desde 2008... eu fazia por parte dos calçadistas, com os sindicatos de trabalhadores e Go- 56 • setembro | outubro verno. Foi um trabalho difícil, mas que culminou em sucesso e hoje temos uma segurança muito importante para empresários e trabalhadores do setor calçadista”, recorda. Mercado O executivo ressalta que o setor calçadista brasileiro encolheu nos úl- timos anos. “Especialmente por culpa da conjuntura econômica nacional e internacional. Hoje temos uma capa- cidade produtiva muito maior do que de consumo, uma capacidade ociosa de mais de 25%. O grande entrave é justamente a demanda desaquecida em função dos índices de desemprego e inadimplência. Na questão interna- cional, temos um problema grave de competitividade relacionado ao Custo Brasil, obstáculo que temos esperança de que o governo atual resolva, em boa parte, ainda nesses quatro anos”, avalia. Para ele, as reformas estruturais são fundamentais para abrir espaço para novos investimentos, gerando desenvolvimento econômico e social para o País. Quanto à Reforma da Pre- vidência - em discussão no Congresso Nacional -, Haroldo aponta que, se aprovada, abrirá caminho para a tão esperada Reforma Tributária, que re- duziria parte do Custo Brasil. Segundo ele, mesmo que, em um primeiro mo- mento não seja reduzida a carga tribu- tária, somente a desburocratização e engessamento da atividade empresa- rial já seria salutar para o setor indus- trial. “É preciso retomar a segurança jurídica”, frisa. Para o dirigente, o Go- verno Federal tem caminhado neste sentido, mas ainda de forma tímida. Ele exemplifica com o anúncio das mudanças nas Normas Regulamen- tadoras, anunciada no final de julho. “Vai mexer em três de 36, mas já é um avanço”, comenta. O dirigente lista os principais desafios de sua gestão - A representatividade por meio do acompanhamento de pautas impor- tantes como a abertura comercial anunciada pelo Governo Federal; - O monitoramento dos acordos co- merciais bilaterais do Mercosul com a União Europeia e a possibilidade de outro com os Estados Unidos; - a gestão das substâncias restritas no calçado e a criação de uma nor- ma específica; - A aproximação com os sindicatos dos polos calçadistas de todo o Bra- sil, reforçando o associativismo.