O novo executivo assume a
cadeira de Heitor Klein, que há
mais de 27 anos presta serviços e
agora passa a ser consultor
HAROLDO FERREIRA ASSUME
A PRESIDÊNCIA EXECUTIVA
da Abicalçados
F
ormado em Administração de
Empresas, com pós-graduação
em Administração da Produ-
ção e MBAs em Liderança e Gestão
da Saúde, Haroldo Ferreira assumiu
o posto de presidente-executivo da
Abicalçados no final do ano passado.
O novo dirigente atuou por mais de
20 anos na Azaleia - de 1986 até 2008.
Porém, a sua trajetória começou antes
desse período, mais precisamente em
1983, quando trabalhou na área admi-
nistrativa e fiscal da Musa Calçados,
grande exportadora da época.
Mas foi ao assumir a presidência
executiva do Sindicato das Indústrias
de Calçados da Bahia, em 2005, que
Haroldo iniciou a sua vida de dirigente
do setor. Lá, tinha a missão de traba-
lhar pelo desenvolvimento de um se-
tor que crescia de forma exponencial,
com novos projetos, gerando emprego
e renda para o Estado.
Sua atuação à frente do sindicato
baiano chamou a atenção da Abical-
çados. “Entrei para o Conselho Sindi-
cal da entidade em 2013, mas já tra-
balhava como interlocutor do setor
para a criação de um anexo específico
de calçados na NR 12 (norma de segu-
rança para máquinas) desde 2008... eu
fazia por parte dos calçadistas, com
os sindicatos de trabalhadores e Go-
56
• setembro | outubro
verno. Foi um trabalho difícil, mas que
culminou em sucesso e hoje temos
uma segurança muito importante para
empresários e trabalhadores do setor
calçadista”, recorda.
Mercado
O executivo ressalta que o setor
calçadista brasileiro encolheu nos úl-
timos anos. “Especialmente por culpa
da conjuntura econômica nacional e
internacional. Hoje temos uma capa-
cidade produtiva muito maior do que
de consumo, uma capacidade ociosa
de mais de 25%. O grande entrave é
justamente a demanda desaquecida
em função dos índices de desemprego
e inadimplência. Na questão interna-
cional, temos um problema grave de
competitividade relacionado ao Custo
Brasil, obstáculo que temos esperança
de que o governo atual resolva, em
boa parte, ainda nesses quatro anos”,
avalia.
Para ele, as reformas estruturais
são fundamentais para abrir espaço
para novos investimentos, gerando
desenvolvimento econômico e social
para o País. Quanto à Reforma da Pre-
vidência - em discussão no Congresso
Nacional -, Haroldo aponta que, se
aprovada, abrirá caminho para a tão
esperada Reforma Tributária, que re-
duziria parte do Custo Brasil. Segundo
ele, mesmo que, em um primeiro mo-
mento não seja reduzida a carga tribu-
tária, somente a desburocratização e
engessamento da atividade empresa-
rial já seria salutar para o setor indus-
trial. “É preciso retomar a segurança
jurídica”, frisa. Para o dirigente, o Go-
verno Federal tem caminhado neste
sentido, mas ainda de forma tímida.
Ele exemplifica com o anúncio das
mudanças nas Normas Regulamen-
tadoras, anunciada no final de julho.
“Vai mexer em três de 36, mas já é um
avanço”, comenta.
O dirigente lista os principais
desafios de sua gestão
- A representatividade por meio do
acompanhamento de pautas impor-
tantes como a abertura comercial
anunciada pelo Governo Federal;
- O monitoramento dos acordos co-
merciais bilaterais do Mercosul com
a União Europeia e a possibilidade
de outro com os Estados Unidos;
- a gestão das substâncias restritas
no calçado e a criação de uma nor-
ma específica;
- A aproximação com os sindicatos
dos polos calçadistas de todo o Bra-
sil, reforçando o associativismo.