Revista Tecnicouro - Ed. 314: completa Ed. 314 - completa | Page 55

NORMAS DE SEGURANÇA PARA MÁQUINAS DE CALÇADOS são flexibilizadas N com sua última revisão em 2010. A Comissão Tripartite que tratou da atualização compreendeu que o tex- to de nove anos atrás é complexo, de difícil execução e não está alinhado aos padrões internacionais de prote- ção em máquinas e que, além disso, onera as empresas com imposições que não contribuem para proteger o trabalhador e gera insegurança jurídi- ca. “Até mesmo máquinas importadas de mercados sofisticados, como o eu- ropeu, tinham que ser adaptadas. Não havia sentido e somente onerava ain- da mais o produtor nacional”, conclui o dirigente. O presidente da Associação Bra- sileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, também avalia de forma positiva essas mudanças. “As al- terações para dar flexibilidade às nor- mas de segurança são positivas para o ambiente de negócios e por isto são apoiadas pelo setor industrial. En- quanto fabricantes de máquinas para calçados, a nossa entidade já havia conquistado junto com a Abicalçados e Ministério do Trabalho uma impor- tante conquista ao incluir em anexo à NR 12 grande parte das máquinas produzidas pelo setor. Isto foi muito relevante no sentido de orientar e padronizar a segurança de diversas máquinas”, conta Marlos, salientando que as flexibilizações não prejudicam o uso de boas práticas de segurança por parte das indústrias, mas apenas retiram parte da burocracia e de al- guns excessos nas exigências. “Entendemos que essas mudan- ças são positivas para o nosso setor enquanto cadeia produtiva e permi- tem às empresas ao mesmo tempo investir em segurança adequada nas máquinas e em novas tecnologias para tornar o calçado brasileiro mais competitivo”, finaliza, lembrando que a Abrameq se posiciona contra os excessos e a favor de que a seguran- ça das máquinas deve ser exigida de forma adequada e proporcional aos riscos. O Governo Federal promete seguir com o trabalho de modernização das normas, que somam um total de 36, visando a desburocratizar e diminuir os custos produtivos sem interferir na segurança e saúde dos trabalhadores. o último dia 30 de julho, o Governo Federal anunciou oficialmente mudanças na Norma Regulamentadora 12, com a inclusão definitiva do Anexo X - refe- rente à segurança em máquinas para calçados. Além da NR 12, foram divul- gadas alterações importantes na NR 1 - sobre treinamentos e capacitação - e a revogação da NR 2 - inspeção prévia de maquinário. Ambas também terão impacto no setor calçadista. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, as medidas trazem maior segurança jurídica, desburocratizam a atividade industrial e diminuem custos de adaptação de maquinário. “É importante frisar que o Anexo X foi discutido à exaustão pela Comissão Tripartite que trata do tema, compos- ta por membros da iniciativa privada, trabalhadores e Governo e que, por- tanto, é uma medida democrática”, avalia Haroldo, que esteve presente na cerimônia. Conforme levantamento realiza- do pela entidade, a atualização des- sas normas terá impacto direto em 31 tipos de máquinas utilizadas na ativi- dade, o que deve gerar uma economia superior a R$ 450 milhões para as em- presas. “Esse valor representa 2% do valor da produção de calçados e mais de 50% do investimento realizado em estrutura física e maquinário ao longo do ano de 2018”, acrescenta o exe- cutivo, ressaltando que a redução do custo com adaptações desnecessárias deverá estimular a economia e gerar empregos no curto e médio prazos. Segundo o executivo da entidade, a NR 12 foi criada na década de 1970, Entidades setoriais setembro consideram | outubro a • medida do Governo Federal positiva para o ambiente dos negócios 55