NOTÍCIAS ABSEG
LÍDERES DE MANIFESTAÇÃO
FALTA DE PLANEJAMENTO , SEGURANÇAE CONTROLE DA SITUAÇÃO
A
situação de risco na qual o cidadão é colocado durante manifestações ( atos , passeatas , encontros , etc .) é muito debatida ultimamente e possui os mais variados temas : aumento de tarifa de transportes públicos , abuso de autoridade , melhores salários , melhor atendimento em hospitais , contra e a favor de políticos , etc .
Do ponto de vista da segurança , as pessoas que organizam as manifestações , que se intitulam ( ou não ) como líderes , mas convocam , devem se responsabilizar pelo ato que organizaram . Os que vão à frente da manifestação , em cima dos caminhões de som , puxando os gritos de ordem e conclamando as pessoas , têm o papel essencial de fazer com que aquela manifestação obtenha a notoriedade que se espera , para alcançar seus objetivos . Não é assim ? Então , da mesma forma , possuem o papel essencial de auxiliar no controle das pessoas
Sergio Luiz Almeida , diretor da ABSEG
que os seguem e dessa responsabilidade não podem se eximir !
Colocar tudo ‘ para quebrar ’ certamente traz repercussão , mas não alcança objetivos reivindicatórios . Cria uma promessa de que a manifestação possuirá um ápice de enfrentamento ou de vandalismo , sugerindo que qualquer situação será motivo para o desencadeamento , visto que os participantes sentem-se no dever e motivação de atender ao chamado violento .
E mesmo que esta não seja a convocação , palavras hostis durante o percurso , preconceituosas , difamatórias , ou as que inflamam as pessoas à violência contra os transeuntes e contra a polícia acabam mal . Já tivemos como resultado veículos de polícia , de emissoras de televisão e de pessoas depredados , assim como lojas saqueadas , o que desencandeou resposta da polícia com bombas de gás e até balas de borracha , que podem alcançar pessoas que não compõe a manifestação . O resultado : feridos , às vezes muitos e até em estado grave , e prisões . Não há políticos de plantão , advogados ou médicos que conseguirão evitar isto , todos estarão ali para remediar .
Os líderes , animadores de manifestação , ou mestres de cerimônias , deveriam responder mais seriamente perante as pessoas e autoridades quando insuflam esta situação . De nada adianta realizar reuniões com as autoridades públicas antecipadamente e não tomar medidas mínimas de controle de seus seguidores . Muitos dizem que não têm obrigação alguma de participar de reuniões , basta avisar , na concepção destes , independentemente da magnitude que possa estar tomando seu evento . Ser ordeiro na condução mostra seriedade na convocação , na sua reivindicação , e traz mais adeptos que seguem a conduta mínima solicitada . Estes também poderão auxiliar quando alguém sair da regra geral . As pessoas no carro de som ou nos gritos de ordem também podem ajudar .
A população começa a tomar consciência de quão prejudicial é a falta de planejamento . Deste modo , deixam de aderir ao público que tanto os organizadores almejam , sobrando então os seguidores que têm - ou esperam - alguma vantagem em estar ali , ou que , terão alguma vantagem no desenvolver da manifestação , aproveitando o momento para roubos e furtos . Juntam-se ainda outros que possuem uma visão deturpada de sociedade organizada , praticando atos de vandalismo . Alguns grupos acabam recebendo fama pela condução dos seus seguidores e o comportamento deles , caso seja negativo , desencadeará falta de apoio da sociedade e pouco alcance de objetivos . ■
Revista SESVESP 27