entrevista
DESAFIOS DA GEST
Indicadores de qualidade,
os processos de seleção,
capacitação e operação
devem ser modernizados
para manter clientes e
funcionários
I
sraelense naturalizado brasileiro,
ele formou-se pelos órgãos de segurança de Israel, geriu a segurança diplomática na Bolívia e desembarcou no Brasil em 1992. Aos 53 anos,
Eytan Magal dirige a consultoria de
segurança homônima, é sócio-fundador e diretor da Associação Brasileira
de Profissionais de Segurança (ABSEG)
e figura entre os poucos brasileiros que
possuem CPP (Certified Protection Professional – Gerenciamento em Segurança) no país, maior certificação internacional no segmento. Nesta entrevista
exclusiva, ele aponta os desafios da
gestão operacional para reter clientes
e colaboradores.
Revista Sesvesp: Qual é a
principal deficiência da gestão
operacional no Brasil?
É gerir pessoas focando o custo. A
empresa deve criar mecanismos
para engajar o funcionário, se não
ele vai preferir ganhar o mesmo salário em outro lugar, onde se sinta
melhor e mais valorizado.
RS: O que a empresa pode fazer
para motivar o funcionário?
Pesquisas indicam que, entre os motivos que mantêm o funcionário na
empresa, a remuneração fica em terceiro lugar. No topo está o desafio, que
envolve a valorização, estar realizado
8 | Revista SESVESP
naquilo que faz. Não se deve tratá-lo
como robô, mas deixar que ele pense
e aja por si, que participe do processo,
para sentir-se comprometido. Depois,
vem o ambiente de trabalho. Deve
ser limpo, salubre, fornecer os recursos etc. Imagine um terreno enorme,
com uma guarita de tapume metálico
e um colchão para o sujeito dormir! A
tecnologia vai substituir esse homem
tecnicamente sem condições de fazer
o trabalho. Isso já está ocorrendo. Há
empresas trocando os porteiros, que
deveriam ser mas não são vigilantes,
pois eles custam caro. Em canteiro de
obra de grandes empreendimentos, a
tecnologia vai ocupar a vaga do porteiro noturno, que não está preparado, não faz ronda nem sai da guarita,
e é o primeiro a ser rendido.
RS: Vai substituir de que maneira?
É possível gerir todo o processo a
distância, basta energia e ponto de
internet, câmeras, alarme e dispositivos de monitoramento. Um vigilante faz a ronda e a polícia é acionada
a qualquer anormalidade. Mas, além
dos recursos eletrônicos, é preciso
implantar estrutura física, ou seja,