Revista Sesvesp Ed. 127 | Page 8

entrevista DESAFIOS DA GEST Indicadores de qualidade, os processos de seleção, capacitação e operação devem ser modernizados para manter clientes e funcionários I sraelense naturalizado brasileiro, ele formou-se pelos órgãos de segurança de Israel, geriu a segurança diplomática na Bolívia e desembarcou no Brasil em 1992. Aos 53 anos, Eytan Magal dirige a consultoria de segurança homônima, é sócio-fundador e diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (ABSEG) e figura entre os poucos brasileiros que possuem CPP (Certified Protection Professional – Gerenciamento em Segurança) no país, maior certificação internacional no segmento. Nesta entrevista exclusiva, ele aponta os desafios da gestão operacional para reter clientes e colaboradores. Revista Sesvesp: Qual é a principal deficiência da gestão operacional no Brasil? É gerir pessoas focando o custo. A empresa deve criar mecanismos para engajar o funcionário, se não ele vai preferir ganhar o mesmo salário em outro lugar, onde se sinta melhor e mais valorizado. RS: O que a empresa pode fazer para motivar o funcionário? Pesquisas indicam que, entre os motivos que mantêm o funcionário na empresa, a remuneração fica em terceiro lugar. No topo está o desafio, que envolve a valorização, estar realizado 8 | Revista SESVESP naquilo que faz. Não se deve tratá-lo como robô, mas deixar que ele pense e aja por si, que participe do processo, para sentir-se comprometido. Depois, vem o ambiente de trabalho. Deve ser limpo, salubre, fornecer os recursos etc. Imagine um terreno enorme, com uma guarita de tapume metálico e um colchão para o sujeito dormir! A tecnologia vai substituir esse homem tecnicamente sem condições de fazer o trabalho. Isso já está ocorrendo. Há empresas trocando os porteiros, que deveriam ser mas não são vigilantes, pois eles custam caro. Em canteiro de obra de grandes empreendimentos, a tecnologia vai ocupar a vaga do porteiro noturno, que não está preparado, não faz ronda nem sai da guarita, e é o primeiro a ser rendido. RS: Vai substituir de que maneira? É possível gerir todo o processo a distância, basta energia e ponto de internet, câmeras, alarme e dispositivos de monitoramento. Um vigilante faz a ronda e a polícia é acionada a qualquer anormalidade. Mas, além dos recursos eletrônicos, é preciso implantar estrutura física, ou seja,