Revista Sesvesp Ed. 127 | Page 9

TÃO EM SEGURANÇA onde armazenar os materiais, pois se exige um certo nível de proteção. RS: No processo de gestão, onde entra a seleção, a capacitação e a operação? A porta de entrada da empresa é no RH [departamento de Recursos Humanos]; se ele contrata errado, não há expectativa de sucesso, porque o novato vai dar problema lá na frente. Hoje, são muito usados testes de seleção informatizados. O candidato fica em frente do computador, responde um questionário, faz exercícios e joga, são games. No final, sabe o perfil e pode decidir se o contrata. São filtros na fase inicial do processo, para não gastar tempo nem dinheiro com uma pessoa que já de cara não tem o perfil desejado. RS: Esses testes informatizados são corriqueiros? No Brasil, não existe. Mas trazer esse sistema de análise de pessoas é caro, pois tem de adaptá-lo para nossa cultura e para um grande número de indivíduos. Mas é uma questão de tempo. Não há como contratar em massa com um estagiário de psicologia lendo o currículo na frente do candidato. Isso não é seleção, é ‘‘achômetro’’. É preciso conhecer o histórico pessoal dele. Além da formação e educação, ele carrega para o trabalho sua bagagem de vida, seus problemas. Deve-se ter ciência disso, para não ter surpresas. Os riscos começam no interior da empresa, principalmente de fraudes e furtos. RS: E no quesito capacitação? A capacitação deve começar no primeiro dia do funcionário. Deve-se considerar que ele não sabe nada. Abrange o lado comportamental, que envolve conhecer a estrutura da empresa, os benefícios que ela oferece, sua missão etc., e o operacional, que é saber tudo o que terá de executar no posto de trabalho. Em uma ocorrência, quando tiver de tomar uma decisão, ele não pode errar. E aperfeiçoar as habilidades práticas, como manuseio de arma. RS: Como orientar o novato para que ele saiba o que fazer no local de trabalho? Em geral, alguém que já exerceu a função passa a informação. Mas se ele está sendo desligado da empresa, certamente não haverá a motivação para passar conhecimento. Ou há uma lista com os procedimentos que ele tem de executar, que fica na gaveta e ninguém lê. A aprendizagem se dá por falhas e acertos. Deve-se trabalhar esse processo para dar recursos para quem está no posto. RS: Não seria melhor fazer isso antes? Seria o ideal, mas é um luxo que não cabe na planilha de custo do cliente. Hoje, é o supervisor que transmite o conhecimento in loco. Mas, com tantos endereços a visitar e funcionários para cuidar, sobra pouco tempo para informar a todos. A solução é a tecnologia. Instala internet, disponibiliza um celular no posto de trabalho e o vigilante acessa a plataforma de ensino a distância. O resultado fica registrado no prontuário dele, que inclui seu desempenho comportamental, como as advertências e faltas. Para promover ou dar um feedback para ele, basta consultar o banco de dados e ver seu desempe- nho. Também se pode fazer um check list simples, no papel, com as atividades a ser executadas, que ele pode carregar no bolso. RS: Isso vale apenas para o vigilante? Para prevenir uma ação ilícita, o vigilante tem de identificar a anormalidade. Mas todos que trabalham no local, como o pessoal da limpeza e o bombeiro civil, podem e devem participar do processo de segurança. O desafio do gestor é integrá-los e canalizar as informações para uma única caixa de entrada. De sala comercial a aeroporto, shopping ou portaria de préd [