APOIO
PRÓXIMO DESAFIO é ganhar o Campeonato Brasileiro
impedidos a contratação de vigilantes
com necessidades especiais e, portanto, o
cumprimento adequado da lei que prevê
cotas de admissão de pessoas com deficiência”, completa.
Nesse sentido, o termo do Sesvesp com
a SRTE procurou uma solução que permitisse que as empresas de segurança privada se adequassem às duas leis, tanto a que
exige vigilantes plenamente qualificados
como aquela que prevê a contratação de
pessoas com deficiência. Assim, além de
as empresas contratarem uma cota de
profissionais com esse perfil em suas áreas administrativas, o Sesvesp, por meio
das empresas que aderiram ao projeto,
também investe no desenvolvimento de
pessoas com deficiência por meio de práticas esportivas adaptadas. Essa iniciativa
não abrange apenas o patrocínio do Magic Hands por intermédio de parceria com
a ADD, mas também de outras equipes
treinadas pela Associação Paradesportiva JR Ferraz, pelo Instituto Mara Gabrili e
pelo Clube de Paraplégicos de São Paulo.
Além disso, o Sesvesp mantém parceria com o Instituto Hippocampus de
Psicologia (IHPSI), uma consultoria em
14 | Revista SESVESP
gestão de recursos humanos com ênfase em pessoas com deficiência e sua
acessibilidade. Esse trabalho consiste
no preparo de pessoas com deficiência
para que possam assumir cargos como
assistentes administrativos, em cursos
ministrados pelo próprio instituto, e já
possibilitou a qualificação de aproximadamente 700 pessoas entre setembro de
2013 e setembro deste ano.
DIFICULDADES
Embora reconheçam o benefício social
da contratação de pessoas com deficiência, os empresários do setor de segurança privada apontam dificuldades nessa
questão. A principal está relacionada à
falta de políticas públicas que amparem
o cumprimento da legislação de cotas,
a exemplo de ausência de iniciativas
governamentais que qualifiquem esses profissionais. “Temos de cumprir a
lei, mas não encontramos profissionais
com deficiência devidamente capacitados em número suficiente para atender
à demanda. Ou seja, as empresas, além
de contratarem, ficam responsáveis pelo
preparo dessas pessoas”, afirma Palhuca.
A opinião do presidente do Sesvesp é
reforçada pela do advogado Percival Maricato. “Sabidamente, não há deficientes
disponíveis no mercado para que sejam
contratados por empresas de trabalho
intensivo. A lei foi feita com base em
parâmetros de nações desenvolvidas”,
diz. “Por outro lado, há falta de deficientes qualificados também pelo não cumprimento das obrigações da União. Há
implícita previsão constitucional e está
explícito em inúmeras leis que a União
deve preparar os deficientes para o trabalho, o que não ocorre.”
Outro obstáculo também é apontado por Flávio Sandrini, diretor de assuntos jurídicos do Sesvesp: a falta de
mobilidade urbana. “As pessoas com
deficiência não contam com condições
adequadas para chegar ao trabalho. Nos
principais centros, é possível encontrar
situações favoráveis, como transporte e
calçamento adaptado. Mas isso não é realidade nos bairros nem nas periferias,
onde elas moram e também se encontram empresas”, comenta.
A solução, para Sérgio Borges, diretor
social do Sesvesp, está no estabelecimento de parcerias público-privadas,
que em alguns setores vêm demonstrando bons resultados “É necessário o apoio
do poder público para que a contratação
de pessoas com deficiência seja realmente eficaz”, afirma Sandrini.
MERCADO
Uma pesquisa da Associação Brasileira
de Recursos Humanos (ABRH), do ISocial
e da Catho, recentemente divulgada, levantou que 82% dos 2.949 profissionais
do setor de RH consideram mais difícil
encontrar candidatos com deficiência
em comparação com os sem deficiência.
Ainda de acordo com o levantamento,
entre os principais obstáculos estão a
baixa qualificação de pessoas com esse
perfil e também a maior dificuldade em
estabelecer vagas exclusivas para esse
público (veja o gráfico).