Revista Sesvesp Ed. 114 - julho / agosto 2013 | Page 21

usa termos como atividade-meio ou atividade-fim, pois só as empresas sabem qual trabalho deve ser entregue a terceiros, levando-se em conta sua especialização, geralmente de alto nível. É muito simples, segundo os princípios da livre iniciativa: os países avançados enriqueceram por entender que dividir o trabalho reduz custos, permite baixar preços e, em consequência, aumentar salários em razão de lucros maiores. Solução de Primeiro Mundo”. Resta agora esperar que os debates evoluam para uma discussão profunda. O que está em pauta é mais importante do que a arrecadação de instituições ou o lucro das empresas. Está em jogo o acesso ao primeiro emprego, à renda e a condições dignas te – centenas de milhares de empregos formais (com carteira assinada)? Recentemente, a multa de 10% sobre as demissões sem justa causa permaneceu. Mas isso em nada ajuda o trabalhador. Muito pelo contrário. As contratações diminuirão, as demissões com justa causa acontecerão em maior escala e o trabalhador nada ganha dessa multa cobrada. Parece que há um desvio de foco generalizado. As empresas não são inimigas do trabalhador. Muito pelo contrário. É através delas que o profissional obtém sua renda, tranquilidade para programar sua vida, desenvolvimento, etc. Se o Estado promovesse meios de garantir a estabilidade financeira do povo, a atual Os serviços terceirizados são a base para uma economia sólida e mais competitiva mundialmente” de trabalho. A legislação trabalhista tem muitos outros pontos que geram injustiça social, mas só a terceirização tem gerado tanta discussão. Será mesmo que os interesses dos trabalhadores estão sendo defendidos? Por que não se luta com a mesma paixão pela desoneração da folha de pagamento, pela desburocratização da formalização do emprego e da formação profissional de qualidade, assuntos que poderiam ser facilmente resolvidos pelo Estado e que gerariam – automaticamen- discussão poderia até ter motivo. Mas não é esse o caso. Se a terceirização realmente faz tão mal ao país, não empregaria milhares de pessoas, dando renda e possibilidade de uma vida melhor. A alta e abusiva carga tributária, a complexa rede burocrática, o parco investimento em saúde e educação, a manipulação da informação, e a vilanização da iniciativa privada parecem-me muito mais danosos. Que haja um verdadeiro e isento debate sobre o assunto! julho / agosto 2013 |21| Revista SESVESP