Revista Sesvesp Ed. 105 - Janeiro / Fevereiro 2012 | Page 22

justiça do trabalho a sociedade que contribui para sua manutenção, os advogados que alimentam a máquina judiciária, e padecem no enfrentamento da precariedade dos serviços de serventias e a arrogância e soberba dos juízes, e dos trabalhadores que não conseguem alcançar o resultado da mais valia. No conjunto, esses problemas acabaram gerando um efeito devastador, porque se uniram a outras questões pontuais capitaneada pelo processualismo, que transformou essa Justiça num modelo avesso à sua real vocação, pois corroem os pilares da primazia da oralidade, simplicidade e pacificação”. Ele ainda faz outra conta. “Em 2011, quase R$ 15 bilhões foram repassados pela Justiça do Trabalho aos trabalhadores que ajuizaram reclamações, em decorrência de execução de sentença ou acordo homologado. O valor é um terço superior ao pago em 2010. O montante não reflete a realidade deste Judiciário que tem a primazia de entregar ao trabalhador a verba alimentar, fruto do seu labor, e hoje se estima exista R$ 400 bilhões travados neste Judiciário. Infelizmente, há anos os interlocutores da Justiça especializada não encontram meios e métodos realmente eficazes para solucionar a montanha de 22 milhões de processos Revista SESVESP |22| janeiro / fevereiro 2012 em tramitação em suas 1,5 mil varas trabalhistas, 24 tribunais regionais e o TST. Esse tipo de resposta merece, permissa vênia, uma profunda reflexão, eis que os R$ 15 bilhões pagos nas indenizações é valor diminuto, frente ao gasto anual de R$ 37 bilhões/ano, deste Judiciário. Além disso, mais da metade das 2,3 milhões ações que ingressam anualmente na Justiça do Trabalho, fica um ano na sala de espera de juízes, sem