Revista Samba Acadêmico Especial Resenha de Batuqueiros 400 É Pouco | Page 10

HISTóRia

o que é

COMUNIDADE

DE SAMBA

Há pelo menos três décadas, final da década de 90, surgem São Paulo pessoas interessadas em pesquisar compositores, interpretes, sambas, a história desta modalidade musical tipicamente brasileira, muitos deles oriundos de Escolas de Samba onde perderam espaço para suas atividades. Tendo consciência das necessidades sociais e culturais das regiões inseridas também passaram a desenvolver trabalhos sociais.

A seriedade dos trabalhos desenvolvidos, efetuados com muito carinho e dedicação resultaram em rodas de samba que trazem o Samba ao dia a dia. É comum ouvir musicas de Pixinguinha, Cartola, Vadico, Geraldo Filme, Nelson Cavaquinho, Pé Rachado, Adoniram Barbosa, Ismael Silva, Lupicinio Rodrigues, Paulinho da Viola, e muitos outros monstros da nossa música popular, nestas verdadeiras rodas de samba. E nesta esfera o público é da mais variada faixa etária, inclusive é comum presenciar jovens que passaram a ouvir e cantar sambas de 50, 60, 70 anos ou mais antigos.

Esses encontros também ocupam o papel de veículos para que novos compositores possam cantar os seus sambas ainda inéditos, e já contagia cidades de todo o estado. Muitas Comunidades ganharam destaques nacionais e internacionais. Estima-se que as Comunidades tem um público de 40 mil pessoas/mês.

Outro fator importante passa a ser a inclusão na internet. Sem apoio de rádios, TVs abertos, e meios de comunicação, as comunidades e sambistas passam a veicular seus trabalhos na internet, através de sites, blogs, youtube, facebook e mais recentemente Web Rádios e Web TVs. Alguns destes sambistas inclusive têm disponibilizado seus trabalhos na internet para serem baixados gratuitamente.

É comum nos eventos as comunidades cantarem sambas inéditos que não constam de programações das rádios convencionais, provando o trabalho importante deste movimento cultural. Comum também passou a ser as visualizações via youtube, algumas chegam a ter mais de 25 mil vizualizações. Outro aspecto é o baixo custo para divulgação através das redes sociais. Os flys publicitários das mais variadas criações, são divulgados gratuitamente através das próprias comunidades via internet.

Toda esta riqueza cultural mantém entre si um laço fraternal, ligado umbilicalmente pelo Samba e tudo aquilo que ele representa na formação de nossa identidade cultural.

Mas o poder público entende como samba apenas o mês de fevereiro ou o Carnaval, através das Escolas de Samba, grande celeiro do samba brasileiro.

Carlos J Fernandes Neto

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