Em relação a importância da inclusão dessas pessoas no meio de trabalho , ele parte do princípio que a vida social de qualquer humano inclui o trabalho , um dos maiores sofrimentos das pessoas enfermas é a privação dessa atividade social . Porém existem muitos casos em que as condições e tratamentos gerados por essas doenças não permitem que essas pessoas continuem trabalhando . Ele sugere algumas atividades complementares que proporcionem que o paciente mantenha algum tipo de contato social que seja de trabalho , como por exemplo , trabalho voluntário , dando uma função social para esses pacientes .
Neste ponto tanto o Dr . Marco Aurélio , quanto o Dr . Paulo concordam que uma atividade social é de extrema importância para qualquer um . Assim como concordam que , em alguns casos o trabalho pode continuar sendo realizado , porém o empregador e funcionários sempre devem ter em mente as limitações que essa pessoa possui , além de ser necessário sempre deixar claro a verdade sobre sua situação . “ A inserção no cotidiano , como ele é , é uma forma muito boa e inclusive respeitosa , no final da vida de uma pessoa , pois ela já está sem a possibilidade de um futuro .”
Para verificarmos o descrito até o momento , falamos com duas mulheres que têm uma doença degenerativa . Assim , abordaremos as entrevistas realizadas com o foco de suas experiências no mercado de trabalho e como o seu convívio e rotina foram modificados devido às suas doenças .
A primeira entrevistada cumpre a função de pedagoga há 28 anos e atualmente exerce o ofício em uma escola da prefeitura de São Paulo . Ela apresenta um câncer com propriedade hereditária e que possui característica de metástase ( que vai e volta em lugares diferentes do corpo ) o qual descobriu há aproximadamente oito anos , em 2010 .
Como acompanhamento da doença , a mesma realiza tratamentos constantes feitos a partir de quimioterapias e possui um atendimento regular com médicos oncologistas , especialistas na enfermidade em questão , e psiquiatras e psicólogos . Em relação ao lado profissional da paciente , a mesma foi obrigada a se desligar de um de seus empregos como pedagoga , devido a falta de tempo que se encontrava por conta de seus tratamentos . Além disso , na escola em que continuou , seu cargo foi alterado para uma atividade com menos estresse e esforço físico , sem contato direto com todos os alunos , passando a exercer uma função de palestrante e de cuidar de casos específicos de estudantes com problemas pessoais ou no ambiente escolar .
Considerando o relacionamento no ambiente de trabalho , os colegas de trabalho , inclusive seus superiores , foram totalmente solidários e compreensivos com a situação , montando uma relação de uma “ grande família ”. Única exceção foi uma desavença , com uma nova diretora da escola , a qual não gostaria de uma “ pessoa careca e doente ” junto aos alunos . Dessa forma , para livrar-se dessa situação , o médico da paciente forneceu uma carta a qual mostrava que não haveria como comprovar a existência de um câncer naquele momento , uma vez que a doença , por