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função. Um outro critério a ser levado em conta é a disponibilidade do paciente. Por exemplo: Se a pessoa possui câncer de próstata e necessita fazer quimioterapia diária. Esta não precisaria se afastar do emprego, possui totais condições de continuar realizando suas funções, entretanto precisa se afastar devido a rotina diária de quimioterapia que necessita realizar. Quanto à postura do médico em relação ao colaborador, Kauffmann diz que, apesar de não ser estritamente legal, é aconselhável que, sendo plausível a partir do caso em questão, baseando-se em informações dadas pelo médico, o paciente, tendo total consciência de seu caso, escolha o que realmente deseja e o que vê ser melhor para ele, levando em conta também seu cotidiano (por exemplo, precisa trabalhar pra sustentar a família). Ou seja, levando em consideração diversos fatores, é respeitada, em alguns casos, a escolha do doente. Dessa forma, muitas vezes o médico com certezas éticas e discernimento de justiça não consegue realizar o que realmente seria o correto devido a essa escolha primordial do paciente. “Por outro lado, muitas vezes, devido a diversos motivos antiéticos, como motivos corporativos e individuais, o médico não realiza o que seria correto e justo para o paciente, levando em conta benefícios próprios ou para instituição para quem atua”, é o que relata o Dr. Paulo. Ainda na esfera da saúde, entramos em contato com o Dr. Marco Aurélio Tevano, psicólogo e biomédico há 34 anos. Ele afirma que as doenças degenerativas levam a perda da cognição e de capacidades muitas vezes levando o paciente a se afastar de seu emprego. Ele menciona o câncer como uma doença que, em alguns casos, permite que o paciente continue levando sua vida profissional com certa normalidade. Em contraposição ele mostra que nem todas as doenças permitem a continuidade da vida social do paciente, mesmo sendo uma coisa muito importante e positiva na vida de pessoas com doenças terminais e degenerativas que gostam da profissão e trabalho que possuem, a privação do trabalho para essas pessoas pode ser uma coisa muito negativa como ele fala “(...) é um sofrimento a mais quando a pessoa é privada do trabalho”. Marco Aurélio acompanhou um paciente, já falecido, engenheiro agrônomo, que descobriu ter uma doença muscular degenerativa, a qual o privou de seus movimentos e de sua capacidade de controlar as necessidades básicas. Por conta de seu trabalho ser da natureza rural, com muita movimentação e locomoção, ele foi transferido para uma área de escritório. A mudança do ambiente de trabalho foi algo muito difícil para o paciente, acarretando em uma piora em seu quadro e diminuindo a previsão da sua expectativa de vida; após isso ele teve que se aposentar, novamente piorando seu quadro até seu falecimento. “Para esse paciente em especial, que teve consciência de sua situação até o último segundo de vida, e em seus relatos, o principal sofrimento era que não conseguia ter mais nenhuma atividade útil, que ele pudesse interagir com o meio”.