Revista Revelada Revista Revelada_Finalizada | Page 13

“Vejo que os mais velhos possuem maior dificuldade com ferramentas tecnológicas e avessos a mudanças. Como exemplo, posso citar que para mudarmos qualquer processo de trabalho é bastante difícil onde trabalho, mesmo que os benefícios sejam gritantes. São feitos tantos questionamentos e são colocadas tantas situações que na maioria das vezes a mudança não sai do papel.” João*, 28 anos, analista contábil. parte da rotina de trabalho tradicional, como no caso citado, da contabilidade, mas podendo se estender para outras áreas profissionais que envolvem certa burocracia. Assim sendo existe uma linha tênue que precisa ser bem ponderada dos dois lados, ou seja, entre o que pode ser feito e o que está estabelecido a fim de beneficiar o trabalho em grupo abrangendo diferentes percepções sobre o trabalho. NOSSOS APONTAMENTOS É fácil de perceber hoje em dia como os jovens têm facilidade em se adaptar no mundo líquido e rápido em que já estão inseridos desde cedo. A inovação e o contato com a tecnologia fazem parte de suas rotinas, o que facilita um processo de aprendizagem, foi natural que se adaptassem aos ciclos nos mais diferentes âmbitos da vida: as relações são de maior fluidez, os meios de comunicação são mais rápidos, o transporte é de maior velocidade, a pressa aumenta e o tempo diminui. O ambiente organizacional está inserido nessa dinâmica, sendo afetado pelas mudanças de vida entre quem nasceu nessa era e quem estava acostumado a processos mais longos. ”Os jovens são o contrário dos mais velhos. Gostam de desafios diários, otimizar e produção são as palavras mais ditas por eles onde trabalho. Todavia não são bons em planejamento. Como exemplo, posso citar meu trabalho, que é rotineiro, e os jovens que estudam contábeis e se deparam com nossa rotina, logo saem da empresa ou do curso.” Completa João. É um contraponto interessante, podemos observar que a fácil adaptação à mudanças vai de encontro a incapacidade de realizar tarefas repetitivas que fazem Não temos a ambição de apontar soluções ou saídas para o contato entre as gerações dentro do mercado de trabalho. Pelo contrário, o nosso foco está no levantamento e aprofundamento das questões acerca do assunto. Primeiramente, gostaríamos de ressaltar as chamadas ‘’gerações’’ como uma generalização conveniente, visto o seu potencial de agrupar características de um grupo, demarcado por uma faixa etária específica, em um contexto sócio-cultural singular. Nesse sentido, está implícito os sintomas e possibilidades do potencial de um grupo. A geração dos Millennials , por exemplo, seria estereotipada como criativa, por propor ideias novas e disruptivas, mas imatura, pela sua dificuldade em lidar com o pensamento linear e burocrático. Tais simplificações deixam de lado as nuances da percepção e do sentimento humano, como podemos observar pelas entrevistas com pessoas de diferentes idades e classes sociais. Assim sendo, nota-se que, por ser rotineiro e ‘’aplicável’’, esquecesse-de que as gerações tratam de pessoas. Desse modo, mais do que sintomas e possibilidades, para o convívio dentro de uma organização, os indivíduos têm subjetividade: desejos, necessidades, anseios, sofrimento, dentre outros. O contato entre as diferentes faixas etárias