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“Vejo que os mais velhos possuem maior dificuldade com
ferramentas tecnológicas e avessos a mudanças. Como
exemplo, posso citar que para mudarmos qualquer processo
de trabalho é bastante difícil onde trabalho, mesmo que os
benefícios sejam gritantes. São feitos tantos questionamentos
e são colocadas tantas situações que na maioria das vezes a
mudança não sai do papel.” João*, 28 anos, analista contábil.
parte da rotina de trabalho tradicional, como no caso
citado, da contabilidade, mas podendo se estender para
outras áreas profissionais que envolvem certa burocracia.
Assim sendo existe uma linha tênue que precisa ser bem
ponderada dos dois lados, ou seja, entre o que pode ser
feito e o que está estabelecido a fim de beneficiar o
trabalho em grupo abrangendo diferentes percepções
sobre o trabalho.
NOSSOS APONTAMENTOS
É fácil de perceber hoje em dia como os jovens têm
facilidade em se adaptar no mundo líquido e rápido em que
já estão inseridos desde cedo. A inovação e o contato com
a tecnologia fazem parte de suas rotinas, o que facilita um
processo de aprendizagem, foi natural que se adaptassem
aos ciclos nos mais diferentes âmbitos da vida: as relações
são de maior fluidez, os meios de comunicação são mais
rápidos, o transporte é de maior velocidade, a pressa
aumenta e o tempo diminui. O ambiente organizacional está
inserido nessa dinâmica, sendo afetado pelas mudanças de
vida entre quem nasceu nessa era e quem estava
acostumado a processos mais longos.
”Os jovens são o contrário dos mais velhos. Gostam de
desafios diários, otimizar e produção são as palavras mais
ditas por eles onde trabalho. Todavia não são bons em
planejamento. Como exemplo, posso citar meu trabalho, que
é rotineiro, e os jovens que estudam contábeis e se deparam
com nossa rotina, logo saem da empresa ou do curso.”
Completa João.
É um contraponto interessante, podemos observar que a
fácil adaptação à mudanças vai de encontro a
incapacidade de realizar tarefas repetitivas que fazem
Não temos a ambição de apontar soluções ou saídas para
o contato entre as gerações dentro do mercado de
trabalho. Pelo contrário, o nosso foco está no levantamento
e aprofundamento das questões acerca do assunto.
Primeiramente, gostaríamos de ressaltar as chamadas
‘’gerações’’ como uma generalização conveniente, visto o
seu potencial de agrupar características de um grupo,
demarcado por uma faixa etária específica, em um contexto
sócio-cultural singular.
Nesse sentido, está implícito os sintomas e possibilidades do
potencial de um grupo. A geração dos Millennials , por
exemplo, seria estereotipada como criativa, por propor
ideias novas e disruptivas, mas imatura, pela sua dificuldade
em lidar com o pensamento linear e burocrático. Tais
simplificações deixam de lado as nuances da percepção e
do sentimento humano, como podemos observar pelas
entrevistas com pessoas de diferentes idades e classes
sociais.
Assim sendo, nota-se que, por ser rotineiro e ‘’aplicável’’,
esquecesse-de que as gerações tratam de pessoas. Desse
modo, mais do que sintomas e possibilidades, para o
convívio dentro de uma organização, os indivíduos têm
subjetividade: desejos, necessidades, anseios, sofrimento,
dentre outros. O contato entre as diferentes faixas etárias