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Pontos finais
Fabrício Azevedo
Disposto a correr os riscos de ter o seu simples coração partido novamente, apesar do
medo de se apaixonar, sentia-se desejoso de tentar. E assim tentou. Se foi uma tentativa
bem-sucedida não se sabe ao certo. Ainda se sentia solitário, triste, com um vazio por
dentro, com uma leve sensação de que estaria sempre sozinho, que estaria daquela forma
até o seu último suspiro. Porém, encontrava forças para tentar encontrar um amor. Paul
queria alguém para que, ao invés de ‘‘vírgulas” ou “pontos finais”, lhe pusesse
“reticências”, e ele não se sentisse tão triste. Tentou, mas pensava que seria a sua última
vez em que tentaria alguma coisa, pois estava sem forças suficientes, não iria saber o que
fazer. Paul havia conhecido Clarence e em tão pouco tempo já havia se relacionado.
Achou que aquilo era verdadeiro, que seria para sempre, mas estava redondamente
enganado. O tempo passava e aquela relação o deixava triste. Não sabia o porquê dessa
tristeza, já que enfim havia encontrado alguém. Foi questão de tempo para perceber que
aquilo não era verdadeiro, que ele estava sendo usado para os prazeres e desejos de
Clarence. Demasiadamente triste, pensou em tentar de novo, mas seu coração estava
muito machucado. Sentia uma dor que não desejaria a ninguém. Decidiu então seguir seu
caminho. Já não se importava mais com os amores, muito menos com as dores, tudo pra
ele deixou de ser intenso. Decidiu viver, tentar encontrar a felicidade em si e não nas
outras pessoas. Paul percebeu que não seria outra pessoa que iria por “reticências” em
história. Iria escrevê-la e vivê-la à sua maneira, e é agora que ele vai pôr um “ponto final”.
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