Revista Pulsar nº 28 PULSAR | Page 7
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FIGURA 2 - Imagem da conjunção de Júpiter e Saturno no dia 29 de Maio do ano 7 a. C. Os dois planetas surgem nesta altura de madrugada no céu
na direcção Este.Crédito: © Starry Night 4.5
hoje que esta hipótese não tem qualquer
sentido, pois os planetas não fazem explodir estrelas, mas é possível que tenha
sido uma “nova”. As estrelas conhecidas
por novas são também estrelas que explodem e que brilham de forma invulgar
durante alguns dias.
Os antigos chineses observaram,
por volta da altura em que se pensa que
Cristo tenha nascido, duas novas, que
foram tomadas por engano como sendo
cometas. A primeira foi visível durante
70 dias, em Março/Abril do ano 5a.C.,
na constelação do Capricórnio, enquanto
que a segunda tornou-se visível em Abril
do ano 4a.C., na constelação da Águia. É
possível que exista uma ligação entre os
dois fenómenos e a “estrela de Belém”,
mas mais uma vez entramos no campo
da especulação.
de deuses ou heróis na Antiguidade era
habitual, pois eram um sinal da qualidade sobrenatural dos recém-nascidos.
Portanto, no contexto da época era per-
anunciado aos pastores por um anjo do
Senhor, que os manda procurar uma criança numa manjedoura. Ora teria sido
mais fácil que o anjo do Senhor tivesse
também tivesse direito a um sinal celeste
anunciando o seu carácter divino. Sabese que na Pérsia, na época de Dário I
(521-486a. C.), os magos/sacerdotes ofereciam a Ahura-Mazda (o principal deus
solar), presentes de ouro, incenso e mirra, tal como terá sido oferecido a Jesus.
Convém ainda lembrar que no evangelho de Lucas, o nascimento de Cristo é
“estrela de Belém”, em vez de mandá-los
procurar em plena noite uma criança escondida numa manjedoura.
Sendo assim, o mais provável é que a
estrela de Belém nunca tenha existido e
que tudo não passe de um símbolo para
reforçar o carácter divino do nascimento
de Jesus.
Uma estrela simbólica
Parece assim difícil chegar a qualquer
conclusão sobre o assunto. A própria
ciente. Surgiu no século VI d.C., quando
de presentes que foi oferecido a Cristo,
mas ninguém sabe ao certo se existiram.
Depois também é um facto que apenas
estrela dos Magos, estando o relato ausente nos outros evangelhos.
No entanto, sabe-se que a estrela
também aparece no evangelho apócrifo
de Tiago, que faz parte de um grupo
de textos não reconhecidos pela Igreja
Católica. No dito evangelho – Tiago (21:2)
– a estrela de Belém surge como: “um
grande astro que brilhou entre as demais
estrelas de forma a ocultar-lhes a luz.”
Mas a presença de estrelas ou de
outros sinais celestes no nascimento
FIGURA 3 - A Epifania (possivelmente de 1320) – Giotto – Fund. John Stewart Kennedy,
1911 Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque. Crédito: www.metmuseum.org
Dezembro 2008 | Pulsar | 7