convicto ao dizer que o piloto teria
conquistado mais dois campeonatos
e encerrado a carreira tão brilhantemente quanto começou. "Conhecendo Senna tão bem como conheci,
sei que ele teria ganho em 1994 com
o pé nas costas. Se Damon Hill, seu
companheiro de equipe, chegou na
final disputando com Schumacher,
para ele seria muito mais fácil. Teria
vencido o campeonato até com três
corridas de antecedência", disse
Leme dez anos após a morte do piloto. Schumacher foi campeão em
1994 por apenas um ponto de vantagem sobre Hill.
Foi naquele ano que Senna foi
para a equipe Williams – que vencera com facilidade os campeonatos
de 1992 e 1993 – buscando o
melhor carro para voltar a vencer.
Quando indagado por Reginaldo
Leme sobre a possibilidade de assumir uma Ferrari, então em crise,
Senna respondeu: "Eu não tenho o
direito de passar mais um ano sem
ser campeão". Entretanto, Senna
teve uma decepção ao chegar na
Williams. Com a mudança do regulamento, a Williams perdeu o seu
grande trunfo, a suspensão ativa, e
se tornou um carro difícil de guiar.
Para Leme, Senna correria no
máximo mais cinco anos e encerraria sua carreira na Ferrari, um desejo nunca escondido pelo piloto e
realizado por Schumacher e pelos
brasileiros Rubens Barrichello e
Felipe Massa. Mas todas essas suposições mostram apenas que os bra-
sileiros não preencheram o vazio
deixado pelo mito Ayrton Senna e
precisam imaginar o que seria do
esporte se ele não tivesse perdido a
vida em Imola, há 20 anos.
Chamado de Ayrton Senna do
Brasil por Galvão Bueno, o piloto
representava o orgulho de ser brasileiro. Mais do que a bandeira nacional desfraldada a cada vitória, a resposta do vazio deixado por Senna
pode estar justamente aqui: nenhum outro piloto mostrou tanto
empenho em superar os limites da
máquina, do clima e, principalmente, os seus próprios.
QUEM FOI AYRTON SENNA
O paulistano Ayrton Senna da
Silva nasceu em 21 de março de
MAIO D E 2 0 1 4
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