Criado pela ONU Mulheres, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, o movimento “HeForShe” é um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade.
Desde seu lançamento, em 20 de setembro de 2014, centenas de milhares de homens de todo o mundo, incluindo Chefes de Estado, CEOs e celebridades de todas as esferas assumiram um compromisso com a igualdade de gênero.
Para a ONU Mulheres, a voz dos homens é poderosa para difundir para o mundo inteiro que a igualdade para todas as mulheres e meninas é uma causa de toda a humanidade.
No último mês de junho, foi lançada a campanha nacional de engajamento do movimento. O “Elesporelas” é uma parceria da Rede GNT com a ONU Mulheres para engajar homens e meninos no Brasil e já conta com o apoio de diversas personalidades brasileiras. Porém, há questões delicadas ligadas ao tema e precisamos tratar com muita profundidade a análise de ações a serem tomadas neste contexto.
Não podemos esquecer que existem diferenças que não estão vinculadas à subjetividade e julgamento, como por exemplo, o papel da mulher em relação aos filhos. É claro que temos que responsabilizar de forma igualitária o pai e a mãe sobre a criação das crianças. Afinal, a maior parte das tarefas realizadas hoje, exclusivamente por mulheres, dentro do lar, poderiam ser feitas por homens. Mas não podemos esquecer que dar à luz ou amamentar são capacidades exclusivas da mulher, que devem refletir em direitos femininos exclusivos.
Obviamente, direitos como licença maternidade, ainda carregam preconceitos nas organizações. Os anos se passaram as leis se atualizaram, mas ainda escutamos “Não posso contratar mulheres por que meu time é pequeno e se uma sair de licença posso ter prejuízos”, mas neste caso não são leis que mudarão o cenário. Somente a conscientização de toda a sociedade e a preparação das organizações é que farão a diferença, infelizmente, ainda estamos longe deste objetivo. Outro dia ouvi uma frase que demostra preconceito e ignorância em relação às mudanças da sociedade “Estou preocupado, minha funcionária vai se casar, daqui a pouco vai querer ter filhos”, como se somente casadas tivessem possibilidade de engravidar.
Também não podemos ignorar que hoje temos 77% dos homens em idade ativa para o trabalhar participando do mercado de trabalho, enquanto apenas 50% das mulheres estão nessas condições. Embora o percentual de mulheres qualificadas seja maior que o dos homens, elas continuam ganhando em média 30% a menos que esses ou estão sem acesso ao mercado de trabalho.
Porém, este é mais um dos temas que deve ser tratado com a devida profundidade e análise de consequências de ações a serem tomadas. Precisamos identificar a causa raiz desta discrepância e não só criar mecanismos de compensação.
Precisamos falar
de igualdade
REVISTA LIDER COACH | Julho | 04
Rita Rodrigues