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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018
Cerca Elétrica
Ramon Carlos
Florianópolis/SC
Aluga-se grátis Estou lá
Brilho ativo Agora
A sambiqueira tornou-se souvenir Mesma coisa
Na boca da rainha de copas Será possível não estar?”
Metabolismo de avestruz
Eles me ignoram
A desmanchar mel no canto da boca E dizem que,
Aleluia no gelo, Aleluia na porta do Recentemente um poeta grisalho e
quarto viúvo
Sublime rasante enfeitando e Costumava passar gritando por
enfeitiçando aquelas ruas todos os dias:
Uma sala de ostras hipnotizadas “Eu escrevi o poema mais sincero do
Lá de fora o uivo e o canto do vento mundo”
sempre a destacar E corria com a folha de papel até
O som das calhas soltas pelos uivos e cansar
pelos cantos Depois acendia um cigarro
Horizonte espremido verticalmente E queimava as palavras mais sinceras
Logo acima do rodapé do mundo
Pela ausência de blefes genuínos Perguntei se ele ainda fazia isso
Ergo o copo cheio de vinho Mas o velho poeta havia cometido
E proponho um brinde: suicídio
“Bom, estarei lá Dentro do banheiro, e ninguém nunca
Daqui um minuto se atreveu
Será a mesma coisa Procurar uma cópia do tal poema
Eu estive lá Falei que iria lá depois de terminar o
Vinte anos atrás próximo copo
E foi a mesma coisa Ignoraram-me
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