Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 5ª edição | Page 61

LiteraLivre nº 5 Sobretudo expressou um autodomínio que ia além do controle dos batimentos cardíacos, mas de modo a conseguir modular a própria frequência com que vibram as moléculas de seu corpo por meio de suas ondulações mentais e do predomínio da mente sobre o corpo, porém, lhe concedendo assim um domínio também sobre a matéria. Por ter manifestado uma consciência alterada passou observar o universo além de si mesmo, além da horizonte de visão intemporal do agora, assim, uma vez compreendendo que o poder de prever o tempo futuro implica necessariamente a capacidade de prever também espaços não conhecidos muitas vezes, pois o espaço e o tempo estão entrelaçados; ele começou a ver além do que os olhos viam de modo que para ele o futuro não era mais o futuro e, o passado, não era mais o passado ao compreender que o passado, presente e futuro ao estarem interconectados sua consciência gradualmente se tornava não linear numa quase onisciência. O presente não mais era a fração ínfima do agora o qual tudo acontecia, mas apenas o ponto de percepção individual desse horizonte de visão intemporal que se ampliava com o elevar e desvelar de sua consciência. Passou então não ver mais distinção de onde terminava o presente e começava o futuro, e quando este se tornasse passado, era tudo uma só linha simultânea onde tudo acontecia ao mesmo tempo ainda que com uma relação linear. Passo então ele a vislumbrar o infinito como uma entidade de possível contemplar total, mas ainda - Setembro de 2017 inexprimível por palavras. O infinito não pode ser definido por uma questão semântica, a definição é finita, limitada, o infinito não. Ele precisou raciocinar fora dos parâmetros comuns do pensamento humano, um pensamento não paramentral onde o todo era um, e o um era o todo, singular. O problema era que sua visão compreendia não somente o para trás e o a frente do tempo, mas as variáveis laterais dos acontecimentos de modo contemplativo a reflexos de mundos paralelos. Ali era o ponto o qual convergia sua força de escolhas que salpicavam todas variáveis possíveis aos mundos marginais tangíveis de sua realidade, que era capaz de alternar seus passos por realidades escapando a linha temporal comum como atalhos a mesma. Desaparecendo ao alterar sua frequência aos demais mundos tangíveis, que para ele apenas descortinava o véu que era aquela realidade. Seu nome era Theodore Anderson. Theodore Anderson era perseguido pela discriminação de quem o achava ser esquisito por ser diferente, assim ele começou a "escorregar" por estes atalhos, para fugir da perseguição que era submetido. Mas Ving Jones como inexperiente que era resolve segui-lo o fintando de soslaio, porém o cara que parecia mais pressentir não somente o futuro, mas ler mentes, o abordou pouco tempo depois. — De onde você veio? — Indagou ele bloqueando sua passagem. Agora é o fim, pensou Jones que 56