Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 5ª edição | Page 62

LiteraLivre n º 5 - Setembro de 2017 gaguejando proferiu . — Na ... nada , meu senhor . — Não minta ! — Disse ele de modo sucinto puxando a manga de sua roupa desvelando um equipamento intraduzível aquele tempo , em seu pulso .
Jones não conseguiu guardar segredos daquele homem e tão logo se viu relatando tudo o quanto sucedeu até chegar a ele contrariando ordens expressas de seus supervisores . Perplexo , Anderson apenas ouviu atentamente tudo o quanto ocorria até que o interrompeu dizendo .
— Acha ser do futuro ? Lhes digo que muitos num futuro mais distante que o seu serão como eu . Sou o primeiro de muitos , mais o último de poucos .
Jones tentou argumentar novamente os motivos de sua missão que , caso sobrevivesse , seus superiores , Dominic Kaspar e Dayane Conrad , os comeria vivo . Suando frio disse .
— Compreenda ... — Disse enxugando o suor de seu rosto com a mão . — Ao contrário das graduais e lineares mudanças ocorridas na realidade através das pessoas comuns , você de alguma forma as faz de modo não linear e abrupto . Você é um vidente que não somente premedita sua realidade como a altera , pois as frequências de suas moléculas e a entropia é diferente ao da realidade que está inserido .
— Vidente ? Por acaso está me vendo com uma bola de cristal ? Sou um profeta do inevitável , o último deles . — Respondeu . — Já eu duvido o que sejam .
Naquele momento , no entanto ,
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um homem espreitava próximo a eles e parecia , ao se esgueirar perto , ouvir o que falavam até que fora abordado abruptamente por ele quando dois homens saíram de um carro . Anderson sentindo a inocência em Jones o puxou de supetão indo para de trás de uma Kombi para de repente achar-se naquele mesmo lugar deserto . Ao olhar o visor de sua pulseira tecnológica observou que após aparentemente atravessar o veículo os sinais eram de um sutil salto de realidade , imperceptível aos olhos mas saltava aos olhos naquela tecnologia de leitura transtemporal . Theodore Anderson de algum modo consegui alternar realidades por brechas e falhas nas mesmas .
— Você não compreende o que está em jogo realmente , não ? Aqueles eram representantes das sombras , embaixadores do inferno o qual todo mal e injustiça são , aquelas entidades que espreitam e ocultam-se em cada sombra como parte do mesmo .
— Talvez esteja falando dos Mothmans . — Repercutiu Jones — Aquilo são sombras de um futuro mal que assombra a realidade ao longo dela . Mas não tínhamos registros ...
— Fique quieto ! — Interrompeu ele . — Veja . — Disse num murmúrio baixo .
A frente , naquela realidade incomumente deserta Jones olhou diretamente para uma sombra que parecia se alongar mais que o normal , contra a posição do sol naquele instante . A sombra gradualmente parecia contorcer sua forma ante a luz de modo disforme a posição do poste o qual a projetaria , assim mostrou-se ter garras como numa mão negra