LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Ciclotimia
Maurício Limeira
Rio De Janeiro/RJ
A chuva era uma promessa.
“Vai sair?”, ela quis saber.
“Vou.”
“Vai chover...”
O interesse cabia dentro de um papel de bala.
*
“Quer fazer amor?”
Pareceu um filme rodando ao contrário. Ele, que se vestia para sair, parou e
foi tirando a roupa recém colocada.
“Quero.”
*
Ela chorou todo o tempo. Gozou chorando.
Ele nunca imaginou que fazer silêncio pudesse doer tanto.
A porta da rua, essa foi ficando cada vez mais longe.
*
“Quer comer alguma coisa?”
Jantaram juntos às quatro da madrugada. Naquela hora, ele ficou
imaginando que horas seriam na Ucrânia. E se naquele