LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Carne Viva
Lírico
Com a alma em carne viva,
Meus olhos beijaram-te.
Primeiro silêncio.
Depois escuridão.
Por fim: consentimento.
Como quem acorda de um sonho,
Vi na sua inesperada chegada
O meu mais leviano encantamento.
Como arco-íris após longa chuva,
Céu após violência da tempestade,
Minha alma virou solo fecundo, floresta feita por um grão.
Como um embalo de paz em criança,
O coração criou um singular compasso...
Que acordes comporiam a insólita música ?
Que poesias substituiriam a covardia do toque?
Que silêncio denunciaria o sentimento escamoteado?
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