LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020
Felipe Verçosa
Teotônio Vilela/AL
Traumas
Na minha infância,
eu tinha muito medo do escuro.
E não dormia um dia se quer,
com a luz apagada.
Sentia-me observado, cercado, desejado, incorporado...
Por aqueles risos e lamurias que zuniam no meu ouvido.
“Uma luz acessa deixa a mente orientada”,
pensava eu.
E assim, as minhas noites se tornavam mais serenas.
O que eu não sabia,
é que a luz do meu quarto
fazia reluzir o escuro que habitava dentro de mim.
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