Revista LiteraLivre 19ª edição | Page 45

LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020 Bruna se sentou na cama, assustada no meio da barulheira. A janela de seu quarto brilhava com as luzes de vários faróis. Não havia dúvida, eles estavam ali! – Alana!! - Gemeu Bruna, mexendo no ombro da amiga. - Acorda, tem alguma coisa muito errada acontecendo! Alana logo percebeu o barulho das buzinas e dos motores, e se assustou também. E então as duas começaram a ouvir mais barulhos, barulhos que rangiam e cortavam e berravam, e perceberam que a porta estava sendo forçada. No meio de tanto medo, Bruna pulou da cama e agarrou seu telescópio, deixando o instrumento no chão e pegando o tripé para usar como arma. A fechadura da porta do quarto estourou, e o grito de medo de Alana tomou conta de tudo. Não eram pessoas arrombando a porta, eram… coisas. O liquidificador, o barbeador elétrico do pai, e um montão de outros aparelhos rastejavam na direção delas com a vibração. Bruna gritou de medo também, gritou para seus pais virem, mas quando as coisas chegaram mais perto ela percebeu que não ia dar tempo. Ela deu uma tacada certeira no meio do liquidificador, que o mandou janela afora! Alana pulou da cama e começou a seguir Bruna, que pisava nas coisas e acertava elas com o tripé. Elas tentaram correr para a porta da rua, mas um dos carros a havia quebrado e continuava forçando. Bruna viu vários carros no quintal, mas nenhum com motorista. Então elas correram para a lavanderia, mas viram a grande máquina de lavar, pulando e quebrando tudo em seu caminho até elas. Encurraladas, as duas se abraçaram e gritaram. O elevador do teto se atirou, girando, em cima delas, e Bruna rebateu ele a tempo, mas isso destruiu o tripé de vez. Mas, para fazer isso, Bruna teve que soltar Alana, e então a máquina de lavar se atirou em cima de Alana! A amiguinha caiu no chão e urrou de dor, sentindo o peso da máquina quebrar sua perna, e de medo, percebendo que o motor giratório ficava cada vez mais próximo dela. Sem arma e sem amiga, Bruna chorava, e gritava: – Por favor, o que está acontecendo? E então a TV da sala ligou, mostrando um monte de chuvisco, mas o som que saía dela era uma voz robótica, que dizia: [42]