Revista LiteraLivre 15ª edição | Page 107

LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019 — Como pode? — Perguntou a pessoa perplexa quando então ouviu um vociferar nos corredores os interrompendo. Os ecos ensurdecedores fizeram-lhe tremer nas bases quando o homem gritando proferiu. — Amélia cale-se! Não contamine os outros pacientes com sua loucura! Assim iremos antecipar o próximo tratamento de choque! Acamada a pessoa que acreditava se chamar de Adalberto ficou perplexa, confusa com ambas possibilidades, de modo que passou de fato a questionar a própria sanidade. Sobretudo após o corredor silenciar-se novamente o homem sussurrou novamente agourentas palavras o qual afirmavam que injetavam neles um tipo de medicamente experimental que os deixavam totalmente sugestionáveis de modo a praticamente favorecer que formatassem a personalidade deles ao gosto arbitrário dos próprios. Aquela droga de fabricação experimental nos laboratórios militares instalados na redondeza seria usada para programar soldados ou mesmo adversários a fim de usa-los em missões, e que mesmo o vazamento supostamente teria sido deliberado tornando a própria cidade em questão alvo das experiências como cobaias ante um franco acobertamento coletivo que se beneficiava literalmente da facilidade com que a população se tornou sugestionável a droga tóxica. De repente as luzes oscilaram, era mais uma vítima numa sessão de eletrochoque que sacudia a rede elétrica da cidade. Mas horas mais tarde o mesmo enfermeiro adentrou o recinto com um médico que portando uma prancheta realizava anotações enquanto o homem descrevia o caso mostrando- lhe inclusive fotos do qual as crianças apareciam com um simples brinquedo sem vida, um objeto sem qualquer necessidade vital nas mãos deles. A confusão instalada na mente do paciente ou a paciente lhe provocou tontura, levando-a duvidar se estava sob os efeitos da dita droga quando o homem interrompeu seus pensamentos obscuros e lhe disse. — Não preste atenção na Amélia, a mente dela criou uma ideia alienada e delirante de que estamos usando drogas que os tornem sugestionáveis. É uma fuga que a mente doentia dela criou a fim de justificar-se em seus atos. — Completou o homem. Segundo eles a loucura que semelhantemente acometia Amélia criava estruturas de pensamentos o qual buscava racionalizar delírios interiores na dissonância do exterior, como forma do cérebro negar fatos o qual a gravidade era doentia. — O que ela fez para estar aqui? — Perguntou a pobre pessoa a mercê das decisões daquele homem supostamente da ciência. 104