LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
A Cadeira
Leonardo Salles
Belo Horizonte/MG
Enfim encontro algo que me agrada. Queira acreditar ou não, meu caro leitor,
estive a desprezar todas as ideias que me vinham à mente nessas últimas
semanas. Verdadeiramente frustrante é faltar à escrita uma ideia digna de
registro. Seja como for, é dada a hora de dissertar um pouco sobre a cadeira.
Não, você não leu equivocadamente. Como o título e o fim do último
parágrafo sugerem este texto há de tratar sobre a cadeira. Antes que desista e
deixe estas palavras de lado, prezado amigo, rogo que me escute, prometo que
lhe trarei assuntos e reflexões, no mínimo curiosas.
Convido-lhe a pensar um pouco nas seguintes questões: O que seria da vida
humana sem a invenção da cadeira? O que levou a uma invenção tão simples e,
mesmo assim, tão revolucionária? A primeira vista, devo admitir que tais
pensamentos não parecem dotados de um caráter de relevância, mas com uma
análise mais cautelosa há de se aceitar que as perguntas apresentadas acima são
dignas de atenção. A final não me restam dúvidas de que cada fase da vida
humana pode ser representada facilmente por suas cadeiras, de acordo, é claro,
com as necessidades individuais de cada estágio. Antes que eu apresente e
defenda tal ponto de vista, acho de bom grado contar de forma breve a gloriosa
história da cadeira.
Imagina-se que os primeiros artefatos a lembrarem uma cadeira pertençam
ao homem primordial. Este teria lapidado pedras de modo a formar objetos que
tornassem o sentar mais confortável. A, primeira, cadeira de que se tem registro
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