Revista LiteraLivre 13ª edição | Página 86

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 Irene Ernesto Gomes Santa Rita do Sapucaí/MG Irene amamentou branco e preto, Criou ioiô e moleque: Deu bofetada em um, pontapé, em outro. Foi dona de quindins do mais fino açucareiro. Irene sobreviveu, Irene lutou e Irene amou. Obrigou-a o senhor a alisar o membrum virile, Muitas vezes fez deitado na rede ou no chão: Irene gostou, Irene odiou e Irene apanhou. Linda, sempre sorrindo, não por desejo; Mas pela comodidade. Irene mulher, Irene camaleoa e Irene apenas. Sífilis contraiu na lactação. Presos as suas costas, muitos esgarçaram as perninhas. Irene mãe, Irene companheira e Irene doente. O padre chamou por Nossa Senhora, Esta, lá de cima, respondeu: - Posso descer agora não. De chá e unguento, cuidou-se. Irene ferida, Irene caída e Irene acamada. Sinhô, da capital, mandou trazer doutor: Nada adiantou, diz que a orgia a levou. 82