Revista LiteraLivre 13ª edição | Page 87

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 Nem Santo Benedito, amigo da gente, A boa negra poupou. Irene cova rasa, Irene cachorro e Irene desmembrada: Tudo isso suportou Irene. Pouco reclamou, aguentou firmemente O tronco que o destino a amarrou. Agora, não merecias ir para o céu, Servir branco na eternidade. Não contente em flagelarem teu corpo, Aprisionaram tua alma. Alma que é alma é livre! Como a tua deverias ser. Ires para onde quiseres, Irene. Livre, Alforriada e sem algema. Sentarias, ao pé da fogueira, com teus antepassados: Contadeiras de história, músicos e ferreiros. Irene Boa, Irene livre e Irene preta. Desculpe o poeta, Irene, Pois acabo de prender-te de novo. https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=178683 83