LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
Nem Santo Benedito, amigo da gente,
A boa negra poupou.
Irene cova rasa, Irene cachorro e Irene desmembrada:
Tudo isso suportou Irene.
Pouco reclamou, aguentou firmemente
O tronco que o destino a amarrou.
Agora, não merecias ir para o céu,
Servir branco na eternidade.
Não contente em flagelarem teu corpo,
Aprisionaram tua alma.
Alma que é alma é livre!
Como a tua deverias ser.
Ires para onde quiseres, Irene.
Livre, Alforriada e sem algema.
Sentarias, ao pé da fogueira, com teus antepassados:
Contadeiras de história, músicos e ferreiros.
Irene Boa, Irene livre e Irene preta.
Desculpe o poeta, Irene,
Pois acabo de prender-te de novo.
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