Revista LiteraLivre 13ª edição | Page 29

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 Anjos da Morte Cleidirene Rosa Machado Catalão/GO São os anjos da morte Se achegaram trazendo má sorte Suor cálido, gotejando a podridão Hálito tosco, exalando a putrefação. Olhos nos olhos, a sublimação Querem nossa pele, um jogo de sedução... -Vás-te embora anjo maldito Leva para longe, esse falar erudito. Um dia o guerreiro da luz, aquele por vezes venerado Um dia o grandioso anjo da luz, aquele por todos exaltado A luminosidade que era suprema. Caiu incerta em um precipício Aquele ser angelical se cobriu de terror em desperdício Nasceu rabo, nasceram chifres e por Deus foi levado a um comício. Adeus a ti, agora eu já me vou. Esqueça meu nome, esqueça quem eu sou. Diante do espelho a noite, olha a ti, nobre senhor. Não entenda o porquê de nós, mas só lhe tenho horror. 25