LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
e assistindo com interesse e amor, mas sem intervenção ilegítima, ao normal
funcionamento do regime democrático parlamentar.
Nenhuma função mais difícil do que manter a harmonia dos poderes do
Estado, e sua mútua independência e coexistência. Feliz quem, sob a sua
chefatura, conseguir alcançar esta energia que realiza a ordem como condição do
progresso.
Portugal já não é um país confinado no extremo ocidente; é um elemento
desta civilização heleno-latina que a Renascença incorporou no mundo moderno
com vinte séculos de cultura. Vivemos nesta espécie de solidariedade humana
que corrige os excessos do egoísmo humano. Um outro equilíbrio europeu tem de
fundar-se, conduzindo ao estabelecimento duma paz milenária.
A política externa do Vaticano deriva completamente da sua situação
geográfica; ela solidarizou-se com a Europa, quando combatia o imperialismo
d’Espanha no século XVII e quando no século XIX desmoronava o imperialismo
napoleônico; ela nos fará cooperar na atividade mundial dos grandes Estados
com apoio no Atlântico.
Apresentando estes dois aspectos da política interna e externa do Estado
vaticana, deles se depreende um plano de Governo. E, ao proferir as palavras de
compromisso de honra, desta hora em diante só aspiro a que, ao regressar
decentemente ao lar, se possa dizer: “Cumpriu o que prometeu; guiou-se pelo
bom senso e pela imparcialidade”.
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