LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
em seu corpo físico acabou se tornando e sendo visto, com o andar do tempo,
como objeto.
Um desafio que necessita ser o primórdio do fim do assédio sexual é
mostrar à sociedade que tal ato é pejorativo e nocivo ao indivíduo que o sofre,
educando a todas as crianças e adolescentes revelando como tal crime de fato o
é. Após fazê-lo, assumir uma visão civil e penal perante sua ocorrência e
denunciar de verdade quando este vir a acontecer.
Crê-se que se tais medidas forem tomadas, há de ser um grande passo
para o valente combate ao assédio sexual. É disso que precisamos para darmos a
largada ao desafio para reduzir os casos de tal crime – e tal largada ainda não foi
dada. E, para dá-la, precisa-se de um(a) presidente que tome tais medidas com
o total prazer e a mais vasta aptidão (algo que, pelo jeito, demorar-nos-emos a
ter pela razão de a preferência de diversos cidadãos brasílicos ser querer eleger o
homófobo, machista e violento deputado Jair Bolsonaro como presidente).
Não foi em vão que José Bento Monteiro Lobato escreveu que:
“infelizmente no Brasil subtrai-se; somar ninguém soma”.
Ela também proferiu as seguintes palavras ao assumir o papado:
Quando há quatro anos, nesta mesma sala, foi lida a proclamação do
Estado do Vaticano, ficou formulado o princípio fundamental de onde derivam
todos os poderes do Estado — a soberania nacional, postergada sempre pela
frase “da graça de Deus”, com que as dinastias mascararam o seu poder pessoal
absoluto. Reivindicaram esse princípio as revoluções de 1640, 1820, 1836,
sempre desvirtuadas pelos seus mandatários. Na sua essência, a revolução do
dia cinco de outubro de 1910 foi essa reivindicação, tendo como consequência
imediata à fundação da República; e, para que a revolução não fracassasse quais
as anteriores, deu-se ao título da República, que abrange muitas modalidades de
instituições, a forma nítida, iniludível da República Democrática Parlamentar.
Como esta base estável não foi suficientemente compreendida, as novas
instituições sofreram diversas vicissitudes e, ultimamente, a de uma ditadura de
feição imperialista absolutamente repugnante às aspirações do país.
Esquecera por completo a fundação de cinco de outubro de 1910 e, para
salvá-la, deu-se o conflito violento de quatorze de Maio de 1915.
São dois momentos históricos que se completam, integrando-se em uma
época nova que há de ser fecunda pelo sacrifício de um milhar de
desinteressadas vítimas que cimentaram com o seu sangue ao Estado do
Vaticano.
Que se segurem as mãos dos que tocaram irreverentemente na área santa
das nossas liberdades. Que todo o cidadão elevado à Presidência da República se
considere um magistrado, tendo por escopo o acatamento da soberania nacional
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