Revista LiteraLivre 13ª edição | Page 24

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 em seu corpo físico acabou se tornando e sendo visto, com o andar do tempo, como objeto. Um desafio que necessita ser o primórdio do fim do assédio sexual é mostrar à sociedade que tal ato é pejorativo e nocivo ao indivíduo que o sofre, educando a todas as crianças e adolescentes revelando como tal crime de fato o é. Após fazê-lo, assumir uma visão civil e penal perante sua ocorrência e denunciar de verdade quando este vir a acontecer. Crê-se que se tais medidas forem tomadas, há de ser um grande passo para o valente combate ao assédio sexual. É disso que precisamos para darmos a largada ao desafio para reduzir os casos de tal crime – e tal largada ainda não foi dada. E, para dá-la, precisa-se de um(a) presidente que tome tais medidas com o total prazer e a mais vasta aptidão (algo que, pelo jeito, demorar-nos-emos a ter pela razão de a preferência de diversos cidadãos brasílicos ser querer eleger o homófobo, machista e violento deputado Jair Bolsonaro como presidente). Não foi em vão que José Bento Monteiro Lobato escreveu que: “infelizmente no Brasil subtrai-se; somar ninguém soma”. Ela também proferiu as seguintes palavras ao assumir o papado: Quando há quatro anos, nesta mesma sala, foi lida a proclamação do Estado do Vaticano, ficou formulado o princípio fundamental de onde derivam todos os poderes do Estado — a soberania nacional, postergada sempre pela frase “da graça de Deus”, com que as dinastias mascararam o seu poder pessoal absoluto. Reivindicaram esse princípio as revoluções de 1640, 1820, 1836, sempre desvirtuadas pelos seus mandatários. Na sua essência, a revolução do dia cinco de outubro de 1910 foi essa reivindicação, tendo como consequência imediata à fundação da República; e, para que a revolução não fracassasse quais as anteriores, deu-se ao título da República, que abrange muitas modalidades de instituições, a forma nítida, iniludível da República Democrática Parlamentar. Como esta base estável não foi suficientemente compreendida, as novas instituições sofreram diversas vicissitudes e, ultimamente, a de uma ditadura de feição imperialista absolutamente repugnante às aspirações do país. Esquecera por completo a fundação de cinco de outubro de 1910 e, para salvá-la, deu-se o conflito violento de quatorze de Maio de 1915. São dois momentos históricos que se completam, integrando-se em uma época nova que há de ser fecunda pelo sacrifício de um milhar de desinteressadas vítimas que cimentaram com o seu sangue ao Estado do Vaticano. Que se segurem as mãos dos que tocaram irreverentemente na área santa das nossas liberdades. Que todo o cidadão elevado à Presidência da República se considere um magistrado, tendo por escopo o acatamento da soberania nacional 20