LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018
Ela sorriu, e por um segundo pude ver tristeza no olhar daquela criatura
estranha, “Você sabe que isso não é verdade. As pessoas matam e torturam em
nome de deus, não matam mais em meu nome. Acreditam que qualquer oração
pode livrá-las do inferno, eu já estou quase virando uma lenda.”
Resignada, a mulher só continuou a andar na direção contrária a minha. Ela
nunca mais voltou na agência. Já eu, toda segunda e terça atravesso a ponte em
direção ao Cais. Pensei tê-la visto novamente, mas deve ter sido só um vulto.
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