LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018
debochando: “Não se aborreça filhinha... Você é muito engraçada!... Você é um
anjo de candura!...”
Em vista disso, devemos criar novas formas de lidar com o matrimônio. O
amor no casamento não deve ser cego. E nem a estupidez deve fazer parte do
amor conjugal. A lucidez deve ser o norte de uma esposa sensata. Precisamente
quando se está articulando uma viuvez com segurança, sem risco. É necessário
estar capacitada para desenvolver toda a consciência de raciocínio para que nada
saia dos conformes. Mas é muito importante não sermos pessimistas, se não os
céus não nos serão favoráveis.
Meu
horóscopo
diz
para
que
eu
aplique
novas
técnicas
ao
meu
relacionamento. E evitar sistematicamente a superficialidade espiritual.
Rá... rá... rá... Hoje estou sentindo-me uma mandrágora. Afrodisíaca.
Sexualmente excitada. Confesso, nessas horas sinto falta dele. É verdade que
sou a mulher desse animal que se coça e que me acostumei a viver com ele.
Tudo parecia estar indo muito bem até que um dia, de repente, alguma coisa se
mete em nosso caminho e atrapalha tudo. E o pior eu sou a culpada. Eu quis lhe
fazer um agrado, transformando-me na outra. Dissimulei ser a diarista, vestindo-
me como tal. Mas o que eu queria mesmo era ser um inseto ou mesmo um
batráquio. Se inseto queria ser um chato, só para dar uma mordida bem embaixo
do saco dele. Se batráquio, queria ser uma rã, só para me tornar uma princesa, e
na hora do beijo virar sapo e ver a sua cara de asno... Mas agora vocês me dão
licença que o barrão velho está me chamado para lhe servir seu café com
torradas.
9