Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 123

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 Aquelas centenas - ou milhares - de naves livraram-se de sua carga e partiram tão eficiente e misteriosamente como haviam aparecido. A nosso redor, dunas de areia e rochas. Uns matinhos aqui e ali. Respirávamos bem, sinal de atmosfera semelhante à da Terra. No céu...aquele espetáculo. Apontei. Outros já se haviam dado conta do planetinho azul que no espaço parecia uma lua gigante, revelando o contorno de nossos amados mares e continentes. Belo de tirar o fôlego. A multidão, começando a compreender, passou a contemplar. Então as explosões aconteceram. Contei três. Diante de nossos olhos, o planeta fragmentou-se. Estávamos órfãos. Não se ouviu som algum. Parecia que a multidão havia esquecido de respirar. O significado daquilo penetrava aos poucos em cada consciência. Inexorável. Acontecera. Estávamos por nossa conta. Teríamos de recomeçar. Do alto de uma pedra, uma pessoa deu voz de comando: - Vamos para lá. Houve um começo de rebelião. - Ouçam-se. - a voz falava como quem tinha autoridade. - Veem aquela nuvem? É um cúmulo. Se não acharmos água, na pior das hipóteses, teremos chuva. Como ninguém tivesse uma ideia melhor, puseram-se a segui-lo. Pergunto-me quanto tempo iremos peregrinar pelo deserto. http://soniareginarocharodrigues.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/soniareginarocharodrigues/?ref=bookmarks 117