Revista LiteraLivre 11ª Edição | Page 109

LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018 lembradas do que as mulheres ao longo da história. A Constituição Federal de 1988 diz que todos são iguais perante a lei, mas só perante a lei, né? Vejo os livros de história, literatura, dentre outros, não vejo capítulos dedicados a mulheres, nada! Olha eu, nem ganho uma nota de rodapé! Aposto que se continuasse fingindo que era o Soldado Medeiros, meus feitos heroicos estariam estampados em vários lugares. As mulheres tiveram que enfrentar várias barreiras, inclusive a de serem ouvidas. Muitas conseguiram ser ouvidas, mas agora precisam enfrentar outra grande barreira, a de serem lembradas. Lendo um livro de literatura ou história, parece que desde o Big Bang, só existiram homens, onde estão: Carmen Miranda, Raquel de Queiroz, Chiquinha Gonzaga, Anita Garibaldi, Hipólita Jacinta, Nísia Floresta Augusta, Maria Firmina dos Reis, Maria Amélia de Queiroz, Leolinda Daltro, Maria Lacerda de Moura, Cecília Meireles, Tarsila, Pagu, Ana Néri, Maria Lenk, Cora Coralina, Maria da Penha, Bertha Lutz, Mietta Santiago, Celina Guimarães Rosa, Carlota Pereira de Queiroz, Laudelina de Campos Melo, Rose Marie Muraro, Shirlley Mallmann, Fernanda Montenegro, Hebe Camargo, Leila Diniz, Lota de Macedo Soares, Nise da Silveira, Alzira Soriano, Marília Gabriela, Marta, Zuzu Angel, Thaisa Storchi Bergmann e inúmeras outras? Os meninos precisam ouvir a história das nossas mulheres, pois quando crescerem aprenderão a importância que tiveram na construção do seu país, saber que mulheres são iguais aos homens, o reconhecimento da igualdade gera o respeito entre os diferentes. As meninas precisam ter outros exemplos além da Barbie ou ouvir outras histórias além das de príncipe encantado. Príncipe encantado não existe, mas a coragem, inteligência e a capacidade sim, e devemos incentivar nossas pequenas mulheres a se tornarem grandes mulheres. Pronto, desabafei! 103