Revista - GRUPO JASF Junho e Julho 2019 | Page 6

Capa entre a Receita Federal, Secretarias de Fazenda estaduais e entidades representativas dos contribuintes”, esclarece o órgão. Os contribuintes já estão sujeitos às penalidades (previstas nas legisla­ ções estaduais e federais) relativas à EFD-ICMS/IPI, seja por ausência ou atraso na entrega, seja por forne­ cimento de informações incorretas. Dificuldades de adequação O controle sobre produção e estoque já é, por si só, desafiador para muitas organizações, detalha o coordenador do Grupo de Tra- balho Sped do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Paulo Ro- berto da Silva. “Imagine uma em- presa que trabalhe com gás, cujo volume aumenta conforme a tem- peratura e a pressão. O estoque desse tipo de empresa varia con- forme o tempo”, exemplifica. Existem, ainda, organizações com operações sazonais, como as Contas em Revista - Junho e Julho de 2019 Oliveira: “Existe uma obrigação chamada inventário, que as empresas não cumprem corretamente. O Bloco K é um detalhamento maior” que trabalham com plantio de ár- vores para extração de madeira. Conforme as árvores crescem, os estoques aumentam, sem emissão de notas fiscais. “Esses são apenas alguns exemplos da complexidade desse novo livro”, pontua Silva. Como, no envio de informa- ções, os contribuintes precisam reportar alterações de estoques e seus métodos de manufatura, trans­ formação, fabricação ou qualquer outro referente à industrialização de produtos, Silva recomenda que os sistemas internos de processos produtivos sejam adequados para gerar as informações relativas aos registros do Bloco K. O professor e consultor tribu- tário Antônio Sergio de Oliveira avalia que o “Bloco K só veio agra- var um problema que já existia”. “Existe uma obrigação chamada inventário, que as empresas não cumprem corretamente. O Bloco K é um detalhamento maior”, revela. 6 Silva: Os sistemas internos de processos produtivos devem ser adequados para gerar as informações relativas aos registros do Bloco K A Receita Federal confirma que a adequação dos controles internos é o ponto de maior complexidade relatado pelas empresas. O órgão revela que foram feitos ajustes no sistema para contemplar essa de- manda: “a partir de casos concretos apresentados pelos contribuintes, o leiaute do Bloco K foi revisado entre 2015 e 2017 para simplificar a captação de informações do pro- cesso produtivo que influenciam nos saldos dos estoques, porém não estavam previstas no leiaute, tais como: reprocessamento/repa- ro e desmontagem de produtos e possibilidade de correção de apon- tamentos de saldos de estoques e quantidades de insumos consumi- dos ou de itens produzidos”. Oportunidade à vista Mas o Bloco K não represen­ta apenas desafios. O módulo, de­ pois de implantado, deve reverter benefícios interessantes para as