Revista - GRUPO JASF Junho e Julho 2019 | Page 14

Gestão Em dia com a contabilidade A troca de informações é um pressuposto básico na relação entre clientes e contadores; quanto mais organizada for essa entrega, melhores serão os resultados para as empresas. A té pouco tempo, o uso de malotes de docu- mentos era algo co- mum na rotina dos escritórios de contabilidade. Os clientes guardavam comprovantes importantes, como duplicatas, bo- letos e Documentos de Arrecada- ção de Receitas Federais (Darfs), para enviá-los – uma vez por se- mana, a cada 15 dias ou no fim do mês – às assessorias. Como avanço tecnológico, outras possibilidades surgiram e até mesmo o cumprimen­ to de obrigações acessórias pas­sou a ser feito em ambiente digital. Hoje, os clientes podem enca- minhar uma série de informações por sistemas integrados, programas de transferência de arquivos e apli- cativos para troca de mensagens. Contas em Revista - Junho e Julho de 2019 Luft: Os empresários devem fazer suas retiradas da conta jurídica somente por meio do pró-labore ou lucro, que deve ser apurado previamente De um jeito ou de outro, o impor- tante é que as informações este­ jam corretas e sejam encaminhadas com agilidade. Sem conflito Mais importante do que o meio escolhido para o envio dos docu- mentos é o cuidado de controlar corretamente as informações, alerta o diretor do Sindicato dos Contabi­ listas de São Paulo (Sindcont-SP), Claudinei Tonon. Ele comenta que um problema ainda comum é que as empresas, sobretudo as de pequeno porte, nem sempre concentram to­ das as movimentações bancárias na conta da pessoa jurídica. Ou seja, o proprietário do negócio realiza paga­ mentos ou recebe valores também em sua conta corrente pessoal. 14 Tonon: Mais importante do que o meio escolhido para o envio dos documentos é o cuidado de controlar corretamente as informações O vice-presidente de Relações Institucionais do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Celso Luft, ex- plica que essa prática fere o Prin- cípio da Entidade, que define que os recursos da pessoa física não se misturam com o da pessoa jurídica, preservando, assim, o patrimônio da organização. Ele orienta os em- presários a fazerem retiradas da conta jurídica somente por meio do pró-labore ou lucro, que deve ser apurado previamente. Ignorar essa recomendação, além de prejudicar o controle financeiro, pode gerar inconsistências nos cru- zamentos de informações feitos pela Receita Federal. Por exemplo, semestralmente os bancos devem emitir a e-Financeira, uma decla- ração em que são informados os débitos e créditos totais ocorridos em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas (considerando valores acima de R$ 2 mil e R$ 6 mil, respectivamente). Se os pagamen- tos e retiradas são feitos ora em uma, ora em outra conta, não é difícil imaginar que o saldo pode não bater com outras declarações importantes, como as de Imposto de Renda. Por isso, o controle pre- cisa ser cada vez mais cuidadoso, já que os mecanismos de análise do fisco também são constante- mente aprimorados. Aliás, é graças à evolução nos sistemas que as empresas de conta­ bilidade, atualmente, conseguem