Revista - GRUPO JASF Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020 | Page 13
Gestão de pessoas
Por comodidade,
construímos equipes
com pessoas
que pensam igual, para
que as relações
e a tomada de decisão
sejam mais fáceis
discordâncias como ataques, ge
rando aumento de proporção dos
conflitos”, explica Mazepa.
O pior cenário de todos, na
opinião dos especialistas, ocorre
quando as divergências se desen
rolam por “baixo dos panos”, sem
chegar ao conhecimento dos líde
res. Nesse caso, a paralisia ocorre
porque fica inviável gerenciar a
disputa. “O gestor não sabe de on
de vem o problema e isso é o que
mais acontece”, alega Corniani.
Questão de maturidade
O que diferencia o bom do
mau conflito é a maturidade com
a qual a situação é tratada tanto
pelos envolvidos quanto pelos lí
deres. E só se chega a esse nível
de entendimento caso haja uma
cultura organizacional aberta ao
diálogo transparente.
“Quando aprendemos a olhar
os conflitos com maturidade, te
mos mais clareza e objetividade
do que está acontecendo”, escla
rece Mazepa. Sobre o papel dos
líderes, Corniani reforça que as
discordâncias não devem ser ig
noradas. “O problema é não falar
sobre o assunto. Gerir o conflito
é colocá-lo na mesa para que não
ultrapasse o aceitável ou deixe o
ambiente tóxico”, orienta.
No controle da situação
Cada conflito vai exigir uma solução específica. Entretanto, existem alguns cuidados que
facilitam o enfrentamento dos problemas, conforme aconselha Mazepa.
Abordar problemas, sem atacar pessoas
Uma das ocasiões em que a pa
ralisia se estabelece é a que envolve
os conflitos velados, revela Maze
pa. Nesse caso, existe a figura do
predador, “uma pessoa de perso
nalidade mais forte e dominadora,
que impõe opiniões e visões, sem
abrir espaço de escuta e fala para
os outros”, descreve. Esse tipo de
profissional irá atacar e anular
quem contrariar suas posições.
Há, ainda, os atritos emocio
nais, quando a questão é levada
para o lado pessoal. “A pessoa
não consegue separar e encara as
O conflito representa uma divergência que não precisa ser resolvida como uma guerra.
“Aliás, muitas guerras foram evitadas pelo trabalho diplomático”, defende.
Desenvolver a escuta
Se as divergências nascem na fala, as soluções surgem da escuta. “Só assim é possível
compreender o outro”, ressalta.
Reduzir a burocracia
“Quanto mais simples e diretos forem os processos, mais objetivas serão as relações
humanas”, frisa a consultora. Por isso mesmo, ela indica a adoção de metodologias ágeis
no dia a dia da empresa.
Investir na gestão colaborativa
Ambientes competitivos podem fomentar o combate entre as pessoas. Para evitar isso,
Mazepa recomenda que a gestão seja baseada em um modelo colaborativo, que valorize
o desenvolvimento coletivo, “sem subtrair o individual, a fim de que as pessoas não
se sintam anuladas enquanto indivíduos”.
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