Revista - GRUPO JASF Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020 | Page 10

FiNANCEIRO Quais são os efeitos da redução da Selic para as empresas Apesar de os jornais noticiarem que o Brasil reduziu as taxas de juros para o menor nível histórico, na prática, o crédito destinado à pessoa jurídica diminui mais lentamente e continua elevado. T radicionalmente, os ju­ ros sempre foram ele­ vados no Brasil. Mes­ mo que eventualmente oscilando para baixo, os percen­ tuais tendiam a retomar o movi­ mento de alta. Esse padrão co­ meçou a mudar de forma mais con­sistente, em outubro de 2016, quando a taxa básica de juros foi rebaixada de 14,25% ao ano (a.a.) para 14% a.a. A partir daí, a desa­ celeração tem sido contínua: che­ gou a 5% a.a. em outubro e tende a cair ainda mais. Entretanto, essa informação não condiz com a rea­ lidade que o empresário encontra ao buscar linhas de crédito junto aos bancos, embora as perspecti­ vas sejam positivas. A taxa básica de juros representa as condições negociadas no âmbito Empresas que, no passado, assumiram dívidas com juros nominais maiores podem procurar os bancos para rever as taxas cobradas Contas em Revista - Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020 10 do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). “É a taxa de transação firmada entre bancos com o Banco Central”, esclarece o eco­ nomista e membro do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon), Felipe Da Roz. Definida durante as reuniões do Comitê de Política Monetária (Co­ pom), a taxa Selic é, em certa me­ dida, repassada para as linhas de crédito de mercado que chegam às pessoas físicas e jurídicas, explica Da Roz. “Quando a taxa está su­ bindo, o ajuste por parte dos ban­ cos é, praticamente, automático. Quando está caindo, porém, os bancos não repassam tudo”.