Revista Febase 85 - Julho 2018 Revista Febase 85 | Page 7
A voz dos portugueses
A importância
da concertação social
e a preocupação com
a igualdade de género
marcaram as intervenções
em plenário do secretário
de Estado do Emprego,
do líder da UGT e do
presidente da CIP
O
secretário-geral da UGT fez uma intervenção no ple-
nário em representação de todos os trabalhadores
portugueses.
Carlos Silva afirmou que os tempos que se vivem são
de incerteza, “de constante confronto com o despertar de
novos populismos e demagogias, da exaltação de fanatis-
mos, terrorismo, xenofobia e aprofundamento das desigual-
dades, de nacionalismos que julgávamos enterrados nos
baús da História”.
O líder da central sindical elogiou o trabalho “continuado,
persistente e corajoso da OIT e das Nações Unidas em prol
da paz”, bem como o princípio do compromisso e da neces-
sidade de se estabelecerem pontes de diálogo permanente.
“Só a paz permite a inclusão e nos pode ajudar a comba-
ter a pobreza e os esquecidos da vida e abandonados à sua
sorte”, referiu.
PRESENTE…
DESIGUALDADE
O secretário de Estado do Emprego centrou o seu dis-
curso na desigualdade entre homens e mulheres no mer-
cado de trabalho. “De todas as formas de desigualdade
poucas serão tão estruturantes como as desigualdades
entre homens e mulheres, desigualdades salariais ao nível
de cargos de direção, na conciliação entre trabalho e família
e no acesso ao emprego em muitos países”.
Para Miguel Cabrita, estas desigualdades “colocam em
causa os valores da justiça e da igualdade de oportunida-
des, pilares fundamentais das sociedades em que desejamos
viver.”
ASSÉDIO
O fenómeno da desigualdade cruza-se muitas vezes com
o assédio, segundo Miguel Cabrita. “Apesar de todos os
Parte da delegação portuguesa presente em Genebra
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Carlos Silva é de opinião de que para compreender o fu-
turo próximo das novas gerações é necessário primeiro de-
bater o presente. “Se não formos capazes de estabelecer
compromissos para garantir que todos os homens podem
construir a sua felicidade através do trabalho, se não formos
capazes de garantir um envelhecimento ativo dos nossos
pais e avós, se não conseguirmos compatibilizar a nossa
vida profissional com a familiar, se não conseguirmos com-
bater e afastar a tremenda e injusta desigualdade, se não
formos capazes de combater a enorme precariedade que
se abateu ao longo das últimas décadas sobre o mercado
de trabalho, então como conseguiremos discutir o futuro
do trabalho se nem conseguimos acertar com o nosso
presente?”.
A terminar, Carlos Silva afirmou que acredita no espírito
do diálogo social e do compromisso personificado pela OIT,
ressalvando, com “satisfação e orgulho”, o acordo de concer-
tação social obtido entre Governo, confederações patronais
e a UGT.