Revista Febase 85 - Julho 2018 Revista Febase 85 | Page 13
A eleição…
…e a consagração
Hoffman
“Um homem não vive até que possa passar dos limites es-
treitos das suas preocupações individuais para as preocupa-
ções mais amplas de toda a humanidade”, acrescentou Philip
Jennings, citando Martin Luther King.
TROCA DE VOTOS
No momento de troca de testemunho entre líderes, Christy
Hoffman presenteou Philip Jennings com a Freedom from Fear
Award para uma vida de realizações, dando uma infinidade de
exemplos de como ele se levantou pelos trabalhadores.
“Foi um campeão do movimento anti-apartheid, visitou a
Coreia mesmo quando a polícia secreta lhe disse para deixar o
país, fez frequentes viagens para a Cisjordânia e consolou a fa-
mília enlutada do jovem Leonidas, um dos muitos sindicalistas
colombianos assassinados na luta pelos direitos sindicais”, frisou
a nova secretária-geral, acrescentando:
“Ainda mais impressionante é a coragem do Philip na guerra
de ideias. Nunca teve medo de saltar para o fogo, seja frente a
um CEO furioso com a crítica da UNI, seja contra a Fox News, líder
da comunicação social de direita. Em entrevistas de televisão ou
ao vivo, o Philip passa a nossa mensagem contra a agressão pura
e simples do movimento sindical, que vem de todos os lados.”
O discurso final
Já Philip Jennings encorajou a nova liderança de Christy
Hoffman a continuar a ser ambiciosa, salientando a sua plena
confiança.
“Nunca vou parar de acreditar e sei que tu também não.
Christy levará a chama da união mais alto, lutando para manter
afastadas as dúvidas dos outros”, concluiu. w
Da fábrica à liderança mundial
Christy Hoffman iniciou o seu percurso sindical em 1978, numa fá-
brica de motores a jato no Connecticut, onde foi eleita intendente-
-chefe das duas mil que ali trabalhavam. Juntou-se ao sindicato do
setor, destacando-se como organizadora e percorreu diversas etapas
na Associação Internacional de Maquinistas, um feito raro para uma
mulher naquela época.
Ao longo do tempo desempenhou vários cargos sindicais nos
Estados Unidos, nomeadamente apoiando diversas lutas como ad-
vogada, e em 2004 ingressou na UNI, onde o seu trabalho na nego-
ciação de convénios globais se distinguiu.
Depois de mais trabalho sindical no seu país, em 2010 regressou à
UNI para assumir o cargo de vice-secretária-geral.
Nessa função, concentrou-se em fortalecer o poder dos trabalha-
dores em empresas multinacionais, apoiando o desenvolvimento de
sindicatos a nível mundial. Cumpriu ainda um importante papel na
melhoria dos quadros legais e institucionais, nomeadamente em di-
retrizes da OCDE.
Casada e com dois filhos, Christy Hoffman licenciou-se em Direito
com louvor na Universidade de Nova York e tem um MBA em
Economia pela Smith College. w
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