Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 55

Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014 empresas não vão se esforçar em vender. O significado desta frase é que se a empresa fizer um trabalho de marketing bem feito, o consumidor irá até a empresa para comprar, e a empresa será capaz de vender sem ter que ir achar ou buscar o consumidor. Outro nome do marketing, o já citado Philip Kotler (10) dizia que “Marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes com lucro” (Id, Ibid, p. 52). Mas, em épocas de crise, como é o caso do mundo hoje e com a recessão em que o Brasil está, como dito anteriormente, o consumidor faz as contas e começa a cortar tudo que não enxerga como essencial. E o lazer é uma das principais vítimas de sacrifícios feitos pela Classe Média, que cresceu após a criação do Real, mas esta nova Classe Média ainda é muito sensível a crises de todos os tipos, solavancos na economia e variações de taxas de câmbio. Um dos vilões do lazer é o preço, que cada estabelecimento é livre para subir ou baixar o quanto quiser. Em geral, os preços no Brasil costumam subir. Porém, sem que haja um trabalho de marketing feito anteriormente para sustentar e justificar de alguma forma coerente esta subida de preços. Sem o respaldo da imagem, da marca, do marketing, nenhuma empresa será capaz de manter os preços altos para sempre. Nem mesmo se manter no negócio para sempre. Sem o marketing apropriado, o setor de bares e restaurantes vem envelhecendo. As pessoas estão procurando alternativas de lazer. E em tempos de crise, estão procurando alternativas de lazer mais baratas. É aqui que entra o mais novo risco para nossa empresa de cervejas: O famigerado isoporzinho. O setor de bares envelhecer é uma informação. Já conhecemos o formato. O consumidor dirige até um local, bebe, come alguma coisa, às vezes tem música, às vezes não tem. Às vezes tem DJ, às vezes tem alguém tocando ao vivo. Às vezes cobram couvert artístico, às vezes cobram couvert e consumação mínima, apesar disso ser ilegal. Às vezes tem blitz da Lei Seca. Às vezes o consumidor é o motorista da rodada. Às vezes ele não pode beber e noutras, gasta mais dinheiro com o táxi do que com a bebida e a comida e o couvert. E às vezes paga mais no estacionamento para o carro, ou na multa que vai pagar por ser pego no bafômetro. Ou o consumidor para e pensa na trabalheira que dá ir até o outro lado da cidade só para tomar uma cerveja. Mas no fim, é tudo igual. E qual é a diferença? O que faz o consumidor beber mais de uma cerveja? As pessoas. É por causa das pessoas, da conversa, dos amigos, da companhia, da garota, do dia quente e da turma reunida. Por isso o consumidor bebe mais uma. E mais outra. E também para sair um pouco de casa. É cansativo ficar em casa todos os dias. A rotina trabalho – casa, casa – trabalho, e quem sabe academia entre um e outro, faculdade, escola para alguns, mas ainda é uma rotina. E nosso cérebro ama o que não é rotina. Trabalha melhor, mais arejado. Produz mais quando saímos da rotina. Então, para quebrar a rotina e ver pessoas, o consumidor passa por todas as dificuldades e vai até um barzinho. Sozinho ou acompanhado. Sabemos disso tudo porque o marketing nos ensina a observar os hábitos do consumidor e suas motivações. Multas e Lei Seca, bafômetro e pontos na carteira. Isso é para o consumidor não beber e dirigir. Cerveja mais cara este ano. Serviço ruim no local. Fila para entrar, fila para pagar, nem sempre tem a marca que o consumidor gosta, nem sempre tem o tipo que o consumidor prefere, nem sempre tem música boa. E no fim, a diferença que fez foi encontrar pessoas, amigos, gente com quem conversar. E se o 55