Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 52

[email protected] nossa empresa e nossos produtos, e queira, mais e mais, comprar tudo aquilo que nós nos dispusermos a vender. E mais que isso, nossos clientes vão amar nossa marca, vão falar bem de nós sem que paguemos nada a eles, pelo contrário, eles é que vão nos pagar para ter nossos produtos. E o consumidor vai pagar mais caro por nossos itens e defender que o preço tem que ser alto mesmo para manter a boa qualidade, e vai se orgulhar de ter dinheiro o suficiente para comprar estes produtos, que a essa hora já são os mais caros e exclusivos do mercado. E vai se sentir bem, recompensado por poder fazer aquilo que a maioria não pode. E vai suprir necessidades básicas da pirâmide das motivações humanas de Maslow e vai chegar ao topo dessa escala, garantindo realização pessoal ao mostrar a todos que se identifica com nossos produtos, que pode consumir o que oferecemos, que o estilo de vida dele combina com a propaganda da empresa. E nosso consumidor, por associação, passa a se ver como um grande sucesso, porque nossa empresa e nossas marcas são um sucesso. E ele pode consumir nossos produtos, que são um sucesso. Isso é tarefa do marketing. Empresas que sabem realizar este trabalho, crescem, prosperam e enfrentam melhor os tempos difíceis. E quando pensamos que estas marcas e produtos vão valorizar para sempre, ad infinitum, sem medida e sem limites, que podemos pedir o que quisermos, o consumidor começa com ações perigosas, desleais, cruéis. E vira o jogo novamente. É aqui que o marketing se antecipa ao cliente. Pensamos que o consumidor estava totalmente satisfeito, mas não está. Ele quer mudar, quer ver outros tipos, cores, sabores, embalagens, promessas, propagandas. Mas será que o consumidor nunca se contenta? Será que nunca algo é bom o bastante? Não. Nunca. E o marketing deve ter isso em mente e estar pronto para lançar novos produtos, novidades, apelos inéditos. Nessa hora, pesquisas ajudam a entender o que se passa na cabeça e nos corações dos consumidores. Com a internet, vieram os sites de compras em grupos. As pessoas se associavam e faziam compras de bens em grandes quantidades, como se fossem um supermercado, e pagavam mais barato pelos produtos que antes compravam nos pontos de venda. Eliminando o ponto de venda (PDV), as despesas e o lucro que vai embutido no preço, o valor da unidade cai quando se compra em escala. Até aí o preço estava assegurado, mas o consumidor, agora revestido de um novo poder, queria barganhar o preço. Queria que os valores fossem diminuídos. Nessa hora ficou difícil para a empresa. Ora, se o PDV sair perdendo um pouco, isso não afeta a companhia, mas se o cliente quer mexer no meu preço, isso afeta minha margem de lucro. E então eu tenho um enorme problema. Este problema é descrito na Matriz de Porter, estudioso de marketing, se referindo ao “Poder de Barganha dos Consumidores” em seu modelo de análise da competição entre empresas e sua participação no mercado, chamado de “As Cinco Forças de Porter” (5). Este descontentamento c