Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014
os maiores vestibulares do país) hoje se
valem de entrevistas, testes psicológicos,
dinâmicas de grupo, e outros mecanismos
de identificação do perfil, mais que de
provas de conhecimentos.
Em suma, não é mais possível pensar a
escolarização apenas no contexto da
transmissão de conhecimentos. É papel da
escola, igualmente, contribuir para a
formação de cidadãos, num amplo sentido.
Pessoas conscientes de seus direitos e
deveres,
aptas
ao
relacionamento
interpessoal e ao trabalho em equipe,
respeitadoras do espaço público, usuárias
responsáveis da tecnologia e dos recursos
ambientais, entre outros temas que
comparecem na agenda das novas
gerações.
A inadequação de nossos velhos
procedimentos frente aos desafios
contemporâneos intensifica a crise pela
qual passa a escola. Momentos como esse
pedem de nós o abandono de supostas
verdades, até então inquestionáveis.
Pedem a desconstrução de um saber que
se mostra desatualizado.
Desconstruir, nesse sentido, não significa
destruir, mas repensar. É repensando que
encontramos novamente o solo fértil de
onde podem brotar soluções mais
adaptadas e criativas.
É como na história citada por Guimarães
Rosa no prefácio de Tutaméia, da criança
que, passando diante de uma demolição,
disse: "Olha, mãe, estão construindo um
terreno!".
REFERÊNCIAS
ALVES, R. A utopia do fim do vestibular.
São Paulo: Folha de São Paulo, Caderno
Sinapse. Em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinap
se/ult1063u608.shtml, acessado em
24/07/2014.
Bauman, Z. Modernidade líquida. Rio de
janeiro: Zahar, 2003.
ROSA, G. Tutameia. Rio de Janeiro: Jose
Olimpio, 1967.
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