Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 49

Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014 os maiores vestibulares do país) hoje se valem de entrevistas, testes psicológicos, dinâmicas de grupo, e outros mecanismos de identificação do perfil, mais que de provas de conhecimentos. Em suma, não é mais possível pensar a escolarização apenas no contexto da transmissão de conhecimentos. É papel da escola, igualmente, contribuir para a formação de cidadãos, num amplo sentido. Pessoas conscientes de seus direitos e deveres, aptas ao relacionamento interpessoal e ao trabalho em equipe, respeitadoras do espaço público, usuárias responsáveis da tecnologia e dos recursos ambientais, entre outros temas que comparecem na agenda das novas gerações. A inadequação de nossos velhos procedimentos frente aos desafios contemporâneos intensifica a crise pela qual passa a escola. Momentos como esse pedem de nós o abandono de supostas verdades, até então inquestionáveis. Pedem a desconstrução de um saber que se mostra desatualizado. Desconstruir, nesse sentido, não significa destruir, mas repensar. É repensando que encontramos novamente o solo fértil de onde podem brotar soluções mais adaptadas e criativas. É como na história citada por Guimarães Rosa no prefácio de Tutaméia, da criança que, passando diante de uma demolição, disse: "Olha, mãe, estão construindo um terreno!". REFERÊNCIAS ALVES, R. A utopia do fim do vestibular. São Paulo: Folha de São Paulo, Caderno Sinapse. Em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinap se/ult1063u608.shtml, acessado em 24/07/2014. Bauman, Z. Modernidade líquida. Rio de janeiro: Zahar, 2003. ROSA, G. Tutameia. Rio de Janeiro: Jose Olimpio, 1967. 49