Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 33

Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014 reconhecimento, querem ser referenciados e imitados e desejam deixar um legado. Mas por que empresas que buscam tais profissionais são a exceção, e não a regra? Por que inúmeras empresas ainda aplicamse em converter em virtudes a “mediocridade bem-sucedida” e os colaboradores medianos? A resposta pode ser simples: uma performance de estrela exige um tratamento estelar. Não um tratamento egoísta e valorizador do individualismo que definiu a guerra por novos talentos das pontocom, mas um trato correspondente às imensas expectativas que as estrelas empregam em seu próprio trabalho. O guru em Gestão de Pessoas John Sullivan (2000) apud Taylor e LaBarre (2008) é franco, sem rodeios e diz: “Não esqueça que estrelas não trabalham para ignorantes. Ao elevar a qualidade de sua equipe, é necessário elevar também a qualidade de sua gerência”. Quanto maior for sua competência em atrair profissionais diferenciados, intraempreendedores por exemplo, maior deve ser sua competência em proporcionar um ambiente com adequadas condições para que estes executem seu trabalho. Gestão Estratégica de Pessoas e Intraempreendedorismo Em uma economia embasada na informação e conhecimento, as pessoas ganham cada vez mais importância dentro das organizações. Para desenvolver o capital humano, a gestão de pessoas cria e estabelece estratégias para garantir uma força de trabalho com suprema habilidade e conhecimento. Práticas apropriadas em gestão de pessoas contribuem para o desenvolvimento de um ambiente que atraia indivíduos altamente talentosos e qualificados, fornecendo motivos para que estes permanecerem na organização (DAFT e MARCIC, 2004). Dutra (2006) define gestão de pessoas como “um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas, para que ambas possam realizálas ao longo do tempo”. Por compor as relações trabalhistas, tais prácas se referem ao modo mais direto de atuação sobre comportamento e movação. Desta forma, é através dos sub-processos padrões da gestão de pessoas que a empresa comunica, e os colaboradores compreendem a forma pela qual devem lidar/trabalhar com riscos, e níveis de tolerância aos erros e/ou fracassos. Segundo Neely e Hii (1998), a abordagem de trabalho seguida por uma organização inovadora é aberta, embasada em equipes multifuncionais de níveis variados, orientada para solução de problemas e desenvolvimento de projetos. Os colaboradores são incentivados desde os mais rasos níveis. Em termos de liderança, a alta gerência demonstra um compromisso quase que pessoal para com a inovação, possui visão e inspiração, e estimula a tomada de riscos calculados e mudanças. O princípio é a comunicação constante com todos os stakeholders. Em geral, a estrutura corporativa de uma organização inovadora é horizontalizada. O ambiente é de liberdade e os stakeholders são constantemente solicitados a expressar o que esperam da organização. Mas para que tal contexto se torne possível, de acordo com Pinchot III (1989), se faz necessária a presença de colaboradores com perfil intraempreendedor. O mesmo define o referido perfil como: Todos os “sonhadores que realizam”. Aqueles que assumem a responsabilidade pela criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma organização. O intrapreneur pode ser o criador ou o inventor, mas é sempre o sonhador que concebe como 33