Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 26

[email protected] Outras especifidades dos adultos é que a medida que as pessoas amadurecem (KNOWLES, 2009): • Passam de pessoas dependentes para independentes e autodirecionadas; • Acumulam experiências de vida que vão ser fundamento de seu aprendizado futuro; • Seus interesses pelo aprendizado se direcionam para o desenvolvimento das habilidades que utiliza no seu papel social, na sua profissão; • Passam a esperar uma imediata aplicação prática do que aprendem, reduzindo seu interesse por conhecimentos a serem úteis num futuro distante; • Preferem aprender para resolver problemas e desafios, mais que aprender simplesmente um assunto; • Passam a apresentar motivações internas (como desejar uma promoção, sentir-se realizado por ser capaz de uma ação recémaprendida, etc), mais intensas que motivações externas como notas em provas, por exemplo. Considerando todas essas especifidades, podemos afirmar que uma boa forma de propor uma aprendizagem significativa para os adultos, os futuros educadores, seria a aprendizagem lúdica por meio de jogos. “Um jogo pedagógico é uma réplica, em tamanho reduzido, de alguns aspectos da vida cotidiana, servindo para confrontar os alunos com problemas que necessitam de solução ou de soluções.” (ANTUNES, 1974, p. 13) Antunes (1974, p.15) nos fala que durante os sete primeiros anos de ensino, a vitalidade e o ânimo dos alunos para os jogos é bem maior e que a partir dessa faixa até o ensino superior a frequência deve ser progressivamente menor e com maior critério de escolha do jogo adequado ao nível da classe, fato sobre o qual discordo totalmente, tomando como base estudos mais recentes e a própria experiência que demonstra que em todos os níveis de ensino os jogos são bem vindos, desde que adequados as expectativas de aprendizagem para o grupo e que tenham uma boa relação com o conteúdo que está sendo apresentado ou discutido. Em Jogo e Educação (1998, p. 27), Brougère cita o que Reynolds nos fala a respeito do lúdico: “o caráter lúdico de um ato não provém da natureza do que é feito, mas da maneira como é feito... O jogo não comporta nenhuma atividade instrumental que lhe seja própria. Ele extrai seus modelos de outros sistemas afetivos comportamentais. No jogo, em situação normal, o comportamento se encontra dissociado de (e protegido contra) suas consequências. É aí que reside ao mesmo tempo a flexibilidade e a frivolidade do jogo.” Complementaria esse pensamento de Reynolds com as seguintes ideias: é o jogo, por meio do seu caráter lúdico que nos permitirá recuperar a espontaneidade, a criatividade, o correr riscos que tanto faltam aos adultos já formados e formatados pela educação formal. Gramigna (1995, p.1) em Jogos de Empresa e Técnicas Vivências nos fala das etapas de desenvolvimento e do processo de mudanças nos adultos, nos apresentando cinco estágios: • Primeiro estágio: está ligado ao nível de informação a que cada um tem acesso e à forma como ela é percebida e sentida internamente;