Revista FAATESP Ano 1 / N° 1 - Ago 2014 | Page 25

Revista FAATESP – Ano 1 / n° 01 – Ago 2014 precisa trabalhar esses três aspectos em conjunto e o faz por meio da gestão por competências. A escola continua focada nos conteúdos e ainda não percebeu que se o aluno não tiver principalmente a atitude, o querer fazer, nada acontecerá. Existe um discurso a respeito do desenvolvimento de competências e habilidades no campo educacional e isso é até cobrado nas avaliações institucionais, porém os professores não são preparados para desenvolverem as competências dos alunos e nesse sentido ainda há muito o que fazer: “As finalidades de um sistema educacional e as competências não podem estar dissociadas. O que será posto em prática dependerá da visão política e dos recursos econômicos disponíveis. Isso não nos impede de refletir sobre as competências desejáveis para um profissional atuar na escola. É necessário definir aonde se quer chegar, o que um professor deve saber, não para ensinar, mas para fazer aprender, não para transmitir o saber, mas para construir competências e uma identidade, uma relação com o mundo e o saber.” (CELESTINO, 2006, p.74) 3.2 A ANDRAGOGIA E A APRENDIZAGEM POR MEIO DE JOGOS “Ao substituirmos os métodos passivos por vários jogos intelectuais, estamos substituindo o condicionamento do inútil “sentar” e “ouvir” pelo necessário e psicopedagógico processo de desenvolvimento perceptivo, criativo, motor e assimilativo” (ANTUNES, 1974, p. 11) O termo pedagogia, tem origem grega, paidós = criança, porém sempre foi utilizado para referir-se os estudos relativos a educação e os processos didáticos relacionados ao ensinoaprendizagem, tanto de crianças quanto de jovens e adultos. Consideramos que houve princípio de avanço a partir dos estudos de Linderman, E, C, em 1926 (apud Cavalcanti, 1999, pg. 1) que pesquisando as melhores formas de educar adultos para a “American Association for Adult Education” percebeu que o adulto aprende fazendo. No entanto, foi só a partir de 1970, Malcom Knowles trouxe a tona e sistematizou as ideias de Linderman, introduzindo o termo andragogia que também tem origem na Grécia, com a junção da palavra andros e agogos, onde angros significa adulto e agogos, educar, ou seja, significa a arte e ciência de orientar adultos a aprender. A partir de Knowles diversos educadores passaram a se dedicar ao estudo da andragogia, sendo que esse estudo da andragogia ocorreu com maior ênfase no ramo empresarial, por educadores que atuavam na área de T&D (treinamento e desenvolvimento). A questão do “aprender fazendo”, sabemos que é uma linha também utilizada pela pedagogia moderna, porém difere da abordagem da pedagogia no sentido de que os adultos têm a experiência de uma maneira mais elaborada e condições de questionar, refletir melhor sobre suas ações. Para trabalhar com a andragogia é preciso refletir sobre as condições específicas do adulto, dados de uma pesquisa feita por Kelvin Miller (apud Cavalcanti, 1999, p.2) afirmam que adultos retém apenas 10% do que ouvem, após 72 horas, no entanto serão capazes de lembrar 85% do que ouvem, veem e fazem, após as mesmas 72 horas. 25